terça-feira, 26 de abril de 2011

:: Posso?


Pergunta rápida:

Posso botar um papel de parede PSICODELICÃO no quarto de um bebê, ou isso vai contra todas as normas - não escritas porém amplamente conhecidas - do bom senso materno?



Será que dá barato?


Fica a dúvida.



terça-feira, 12 de abril de 2011

:: Sobre escola, limites e vestir a carapuça


Semana passada tivemos reunião de pais na escola da Alice.

Eu adoro reunião de pais. Gosto de estar no ambiente, ver desenhos expostos nas paredes, ouvir sobre o trabalho que tem sido feito com as crianças e quais as propostas do semestre. E adoro o vídeo dos pequenos em ação, que sacia um pouco da nossa vontade de ficar espiando nossos filhos em um ambiente que é apenas deles, sem pais por perto - ver crianças interagindo livremente é sempre loucamente divertido.

Seria mais uma reunião normal, até que a coordenadora/fundadora da escola entrou e pediu a palavra. E aí, amigas, foi um esculacho sem precedentes. Ela chegou pra botar o pau na mesa (ops, mais respeito porque ela é uma senhora muito distinta!) e falar algumas verdades para a gente.

Eu não vou conseguir reproduzir exatamente o discurso, mas a ideia geral é a seguinte: ela tem notado mudanças no comportamento dos alunos ao longo dos anos (trabalha com crianças há décadas), e diz nunca teve uma turma tão barulhenta, teimosa e sem limites como agora. Crianças cheias de vontades, acostumadas a ter tudo e que não aceitam ter seus desejos frustrados. Crianças que gritam, batem, ignoram os chamados dos adultos. Essa queixa, segundo ela, tem sido muito comum entre todos que trabalham com educação.

Ela tem a impressão que os pais perderam a mão e não sabem mais como educar os filhos. Falta pulso, autoridade. Observa pais imaturos, extremamente permissivos, com outras prioridades e que tentam compensar falhas ou ausências com coisas materiais. Resumindo, estamos criando uma geração de monstrinhos individualistas, consumistas e sem limites.

Ela se sente de mãos atadas. Disse que a escola tem um limite de atuação, e que a educação de uma criança é responsabilidade dos pais em primeiro lugar. Criticou os que delegam à escola (ou babás, avós e afins) tal função. Acredita que, mais do que um simples contrato de prestação de serviços, deve haver uma parceria entre pais e escola. Foi por isso que decidiu ter essa conversa, enquanto a maioria das escolas não aborda o assunto para não incomodar os pais (o que significa correr o risco de perder alunos).

Ela falou por uns 15 minutos. Saca climão? Foi por aí. Um silêncio sepulcral na sala. Todos os pais meio afundados nas cadeiras, cada um vestindo a carapuça que lhe coubesse. Vi alguns com um ar meio indignado, mas ninguém ousou retrucar. Acho que rolou um questionamento geral, "será que ela está falando de mim, do meu filho?". Por mais seguro que seja, ninguém consiga sair indiferente de uma situação dessas. Eu, pelo menos, saí bem mexida e questionando um monte de coisas que tenho feito (assunto pra outro post...).

Posso falar? Me senti ofendida, cutucada, provocada, exposta. E AMEI.

Apesar do desconforto que a conversa causou, a escola ganhou mais pontos comigo. Eu, que já era fã da coordenadora, fiquei mais ainda. Achei que ela foi sincera, comprometida e extremamente corajosa.

É exatamente isso que eu espero da escola dos meus filhos: que banque tratar os pais não como clientes, mas como parceiros - e protagonistas, sempre - da difícil missão de educar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

:: Uma pequena (oi?) pausa para os agradecimentos


Tive um sonho engraçado essa noite. Eu recebia uma carta de uma menina chamada Gabriela. Ela dizia que era leitora do Pequeno Guia e adorava os textos, mas que o layout estava velho e relaxado, meio tosco, e isso devia ser mudado em respeito aos leitores.

Olhaí o inconsciente gritando. Sim, meu layout é velho e tosco mesmo. Eu sou uma negação com essa coisa de programação, código html e afins. Não sei fazer selinhos, não sei mexer no visual, nunca entendi direito o que é feed e consegui, depois de apanhar muito, fazer umas incorporações feias e mambembes de twitter e aquele botãozinho "curtir" do facebook. Sou péssima de marketing, sei disso. Tudo aqui é bem pobrinho, dando uma espiada geral vocês vão perceber. Enfim: a pessoa se propõe blogueira mas não tem as ferramentas necessárias para organizar o blog de um jeito bonito. Sigo focando no texto mesmo, o visual eu acabo deixando pra lá. (Em tempo: eu ganhei esse layout - flores e desenho - de presente e adoro. A parte tosca a que me refiro são as mudanças mal acabadinhas que eu mesma fiz, tipo o contador lá embaixo, o botão de "curtir" fora de lugar ou o espaço para twitter meio grosseirão... agradeço quem se ofereceu pra ajudar, depois falo com vocês, tá?)

Pois bem.

Há 2 dias tomei um susto quando vi aí do lado que o blog bateu a marca dos 1000 seguidores. MIL. Quer dizer: apesar do layout tosco e da minha inabilidade internética, a coisa tá dando certo. Nunca pedi pra ninguém assinar feed, nunca recorri ao me linka que eu te linko, nunca exigi que alguém fosse seguidor pra participar de um sorteio. Não tenho um twitter muito ativo nem facebook do blog. Ou seja: deixo muito a desejar enquanto divulgadora de mim mesma. E no entanto, as visitas não param de crescer. Essas mais de mil pessoas aí do lado - e mais um monte de leitores que passam por aqui todos os dias - lêem o blog por causa dos textos, pura e simplesmente. Não é o máximo?

Mil pode ser um número insignificante se pensarmos em blogs famosões, no alcance da internet ou no potencial mercadológico de um site (tão aí as empresas e suas propostas de "parcerias" CONSTRANGEDORAS que não me deixam mentir). Mas, para uma mãe normal, desastrada e cheia de falhas, caramba... são mil pessoas! Para quem começou o blog pra tagarelar ao vento sobre os filhos, só pra ter um registro, é gente à beça. Muito mais do que eu poderia imaginar nos meus sonhos mais megalomaníacos. Estamos falando de gente que me conhece um pouco, acompanha as histórias dos meus filhos, ajuda, torce e se diverte comigo. Em três anos de blog e quase 400 postagens, nunca tive UM troll que veio aqui para me ofender (o único anônimo causador que apareceu por aqui não estava falando comigo, mas com uma pessoa que era personagem de uma matéria que linkei). Só recebi coisa boa, sempre. Vocês não tem idéia de como eu fico feliz com essas "marcas" do Pequeno Guia, que sempre foi tão despretensioso.

Fico muito grata a quem lê e gosta desse blog. Seguidor, não seguidor, comentador, não comentador, não importa: é gente que escolheu acompanhar, com o olhar afetuoso, um pouco das nossas vidas. Só posso dizer: obrigada, obrigada, obrigada, obrigada (mil vezes!).

(Eu tô escrevendo isso em dúvida, num dilema de apago/não apago, porque não quero que pareça que estou me vangloriando ou jogando confete na minha própria cabeça...mas tô feliz sim, e orgulhosa, pô! Blog é meio filho da gente (né mães?), e não tem como não ficar louca de orgulho ao ver que seu filho é querido por um monte de gente.)


Como nem tudo é festa, volto a fazer aquele mea culpa de sempre: eu adoraria dar um retorno mais individualizado para cada um que passa por aqui, mas é impossível. Falta tempo, infelizmente. Não consigo responder aos comentários nem retribuir visitas com frequência, mas leio TODOS, vou guardando os nomes e carinhas, e passo nos blogs sempre que consigo, ainda que não comente muito.

Estou voltando nesse assunto porque ele foi abordado no post da Camila sobre etiqueta bloguística, e uma queixa frequente que apareceu por lá foi essa: a delicadeza e boa educação são sempre muito bem vindas e dar retorno é importante. É verdade. E eu tento, juro. Mas vivo (aposto que vocês também...) um dilema pós-moderno: apesar da intensidade da "vida virtual", há toda uma vida lá fora, sabe? Casa, família, horários a cumprir, funções a desempenhar. Até comentei aqui que sentia que era hora de diminuir um pouco o ritmo virtual para estar mais presente para os meus filhos na vida real. Então preciso administrar melhor o tempo que reservei para o blog, e muitas vezes isso significa escolher entre escrever um post ou dar um giro na blogosfera, comentar, conhecer gente nova, etc. Escrever acaba sendo mais proveitoso (e mais possível) do que dar atenção individualizada a todo mundo que merece. Como disse a Lia, "a dedicação de uma blogueira aos seus leitores se manifesta no cuidado com as postagens". É exatamente isso. (E Lia, que me defendeu lá nos comentários, dá cá um abraço!)

É isso, gente. MUITÍSSIMO OBRIGADA, valeu, tamo junto!

Agora vou lá cafungar meu caçulinha gengivudo, que tá naquela delícia quase insuportável dos 8 meses. Ê vida...

Beijos a todos!


quarta-feira, 6 de abril de 2011

:: Lucas e o peito


Foto: Reg Morrison (somos nós não, gente! A foto é de 1971 e a bebê é filha do fotógrafo.)


Luquinhas deu de achar graça nas minhas peitas.

No meio da mamada ele solta o bico, afasta o rosto pra ajustar o foco e fica ali, ainda meio vesguinho pela proximidade, encarando o peito. E rindo! Não é sorrindo amorosamente, veja bem, é RINDO mesmo, com ar de deboche. Estica a mãozinha, afofa um pouco a parte mais carnuda e depois tenta arrancar meu mamilo fora com os dedinhos em pinça. Fica nisso por um minuto ou dois, e depois volta a mamar.

Eu, abstraindo o ar sacana e as tentativas de assassinato mamilal, acho fofo. Problema é que ele está cada vez mais interessado no vasilhame e cada vez menos no que tem lá dentro. Anda super disperso pra mamar, como se estivesse perdendo um tempo valiosíssimo: tanta coisa no mundo pra ver e eu aqui com esse peito na cara. Tenta virar a cabeça pra olhar em volta, mas como a mamada limita os movimentos, ele desiste logo. O leite também não está assim uma fartura (a produção caiu bastante desde que ele começou a almoçar e jantar), e isso certamente não ajuda. Então ele está assim, nem-te-ligo pro meu leite. Até meio blasé, eu diria. Mama como se estivesse me fazendo um grande favor.

A pergunta que não quer calar é: seria este o primeiro sinal de desmame, colegas? Um dia eles se desinteressam, fazem do nosso peito um brinquedinho de fazer fóim-fóim e pronto, that's it?

Tô pronta não, gente. E agora?

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