quarta-feira, 30 de novembro de 2011

:: Do Céu ao Inferno em 5 passos



1. Domingo, 8 da noite. Caçulinha está de banho tomado e pijaminha azul, zanzando no seu quarto. A mais velha brinca de ofurô na banheira. Tudo na mais santa paz, e você até acha que hoje essa criançada vai dormir cedo e vai dar para rolar um chicachicabum ver um episódio de House inteirinho, ou até dois.


2. Numa fuçada rápida de email, você recebe um positivo muito esperado de uma amiga muito muito muito querida. E fica louca e sai aos pulinhos e dá voltinhas pelo quarto gritando Uh-Tererê! (quase).


3. Depois de uns 12 segundos de utererê você olha em volta e se dá conta de que não faz a mais puta ideia de onde foi parar o doce bebezinho enpijamado. Opa?


4. Lá do banheiro, mocinha grita MÃE-CORRE-AQUI-VEM-VER-O-LU!!!


5.
Uh-Tererê!



***


Pra quem andou me perguntando por onde eu ando nessa vidinha de moça profissional, apresento um dos meus novos filhinhos:


(diquinha boa para ocupar os petizes em um dia chuvoso, enjoy!)


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

:: Das parecenças dessa vida


Estava eu naquele momento meio embaraçoso de escovar os dentes no banheiro da firma, quando essa mocinha simpática vira pra mim e diz:

- Descobri com quem você parece! Eu tava tentando lembrar...

E eu respondo simpaticamente para a mocinha simpática:

- Com quem, com quem?



*PAUSA PARA REMINISCÊNCIAS DA INFÂNCIA*


Quando eu era criança cismei que parecia a Malu Mader. Acho que foi minha mãe que disse, e eu acreditei, coitada. Era por causa das sobrancelhas grossas, que pareciam uma maldição até surgir Malu, grande Malu! De modo que sempre que alguém me falava: "você parece aquela atriz...", eu toda prosa pensava na Malu Mader. Verdade que quase sempre a pessoa completava assim: "... a Mayara Magri!", mas ok: sobrancelhas com um pouco menos de glamour dava a Mayara, que não é nenhuma Malu mas também é muito digna, ué. Mais tarde eu virei, dizem, uma cópia da Marina Person, e como eu trabalhava na MTV, as pessoas tinham certeza que eu era irmã dela. Ok, super digno. Sendo então uma mistura de Malu Mader (né mãe?), Mayara Magri e Marina Penson, tô felizona, tô pitéu, tô no lucro.


*DESPAUSA*



Então mocinha ia dizendo que eu parecia com alguém, e eu ("Malu Mader? Marina Person? Hein, hein?") fiquei esperando ela completar o raciocínio - com altas expectativas, notaram?

E ela completou assim:

- A Grace Gianoukas!


HAHAHAHA!! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! Ataque fulminante de riso (riso interno, porque eu não queria fazer a louca ali no banheiro com uma mocinha que, embora simpática, era uma semidesconhecida).

OH-MY-GOD!



Prazer, Malu Mader


Prazer, Grace Gianoukas


E não é que é verdade mesmo?

É que somos todas brimas, eu, Grace e metade (a feminina) do oriente médio. Tem a ver com uma coisa árabe que pula da cara da gente e que não é feita só de sobrancelhas grossas, mas de olhos enormes e desse arzinho de "somos malvadas" (mesmo quando não somos, meu caso), por causas das sobrancelhas que se arqueiam quando a gente menos espera - tão vendo essa cara da Grace na foto? Eu faço igualzim, e 99% das vezes é sem querer... Eu achava que a arabicidade (?) da pessoa se definia pelo nariz, mas não. Eu, que puxei o nariz non-árabe do papai, continuo sendo reconhecida como brima a anos-luz de distância. Ou a centímetros, sob luz fria, com uma escova de dentes enfiada na boca. Ascendência é destino, minha gente.

E eu adoro, que fique claro. Adoro ter cara de árabe, acho tão misterioso, tão exótico, tão assim, Sherazade, sabe?, com muito ôro, muita riqueza e muitos véus? Eu acho chique. O que me fez rir foi que, ascendências, sobrancelhas e narizes à parte, eu me divirto tanto, mas TANTO com a minha autoimagem delirante, que benza deus, viu? A pessoa acreditar no julgamento da própria mãe e se achar A CARA da Malu Mader é muito amor, né? Terapia pra quê?

Ah, e além de me achar a cara da Malu eu também quero aproveitar o momento e declarar que acho a minha filha A CARA da Ana Paula Arósio misturadinha com a Brooke Shields. Mas terei a fineza e a prudência de não dividir essa opinião com ela, porque né?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

:: Amiguinha


Trabalhar pode ser MUITO divertido, ó:

oi minhas amiguinha, tudo bem?


Porque ganhar dinheiro é legal.

Mas ganhar dinheiro para: ir na casa da Palmirinha, aprender a fazer uma rosca natalina, ser chamada de netinha, sentar à mesa de jantar com toda a equipe de gravação e traçar a rosca, um empadão de frango e mais um bolinho de doce de leite com ameixa, tudo com coca-cola pra ajudar a descer (coca-cola normal, claro, imagina se essas porcarias dietéticas entram na casa da Palmirinha? Never. Go Palmirinha!), tudo isso é mais do que legal, é a materialização dos meus sonhos profissionais mais alucinados e extravagantes. Não é de hoje que eu amo a Palmirinha, vocês sabem.


fica, vai ter bolo!


Ela é ainda mais querida ao vivo do que na TV, pode isso? Ela acorda às sete da manhã para preparar comidinhas para a equipe. Ela escolhe uma toalha bonita, bota a mesa com capricho e fica indignada se a gente se oferece para ajudar. Ela conta que é de família italiana e que os italianos são assim, gostam de mesa farta, e que só a rosca não ia dar nem pro começo e então ela decidiu reforçar o lanche. Ela diz assim: "vocês podem ficarem à vontade, hein?". Como não amar?

Palmirinha é tão legal que por ela eu abstraí a minha aversão ancestral por frutas cristalizadas e engoli até a última uva passa do meu pratinho. Eu é que não vou fazer desfeita na casa dela, não depois de ser chamada de netinha. E depois, a pessoa precisa de uma certa reverência ali, naquela casa, comendo um quitute preparado por ela. É uma honra e um privilégio. E um prazer, porque como cozinha bem, a danada! Comida de verdade: farta, gorda e sem frescura.


e vintage! tem coisa mais vintage que empadão de frango?


Eu entendo a Palmirinha. Eu também sou de família italiana e acho que a felicidade se mede um pouco pela fartura da mesa ou pelo prazer que a gente tira de um bom prato. E ali, naquela casa, diante daquela mesa, daquelas comidas e daquela senhorinha adorável, eu estava bem feliz, mesmo tendo que encarar aquelas frutas cristalizadas todas. Porque por trás dessa coisa de mesa farta ou bons pratos, no fundo o que existe é uma vontade genuína de fazer um agrado, uma gentileza, mesmo se for para uma equipe de gravação completamente desconhecida. E aquela Palmirinha fofa da TV, para meu alívio, é de verdade. Genuinamente gentil, com ou sem câmeras ligadas. E dá vontade de agarrar, e dá uma baita animada no dia da gente!

Decidi: vou ser uma Palmirinha quando crescer. Uma avó-Palmirinha, pra animar a vida dos meus netinho tudo. Mas sem as passas, que me cai melhor. Uma Palmirinha versão chocotone, sabe como? Vai ser um sucesso!


Ai, ai.


Mas e vocês, minhas amiguinha? Tudo certinho? Novidades? Nenês? Gravidezes? Ando tão alheia do universo bloguífero... aí a pessoa um dia se empolga e vai madrugada adentro divagando e tentando compensar a ausência. Mas vou-me, que amanhã o batente começa cedo - e não vai mais ter Palmirinha pra dar uma injeção de ânimo no meio da tarde...

Beijos e volto já!

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