Havia um objeto não identificado grudado no braço da minha filha. Um ponto marrom escuro, cascudinho e disforme. Visualizem um grão de ovomaltine - era exatamente assim. Tentei tirar: estava preso.
Casquinha de ferida? Carrapato? Uma pinta súbita e malévola?
Alice reclamou, não queria que eu mexesse. Chamei o pai.
- Que é isso?
Cara de dúvida. Não sabemos o que é. Eca.
- Tá grudado?
Casquinha de ferida? Carrapato? Uma pinta súbita e malévola?
Alice reclamou, não queria que eu mexesse. Chamei o pai.
- Que é isso?
Cara de dúvida. Não sabemos o que é. Eca.
- Tá grudado?
- Acho que tá, tô com aflição de tirar.
Fomos para a luz, olhei bem de pertinho, não consegui identificar. Era brilhoso, redondinho e encalombado.
Fomos para a luz, olhei bem de pertinho, não consegui identificar. Era brilhoso, redondinho e encalombado.
Pulga? Ovo de varejeira? Sangue pisado?
Tento puxar de novo, não sai, ela dá um gritinho. A aflição aumenta, o nojinho aumenta. Alice vai ficando tensa. Eu não quero mais botar as mãos naquilo, então Carlos assume e eu fico pitacando, que é o que faço melhor nessa vida.
- Cuidado, tem que tirar com a cabeça!
- Que cabeça?
- Se for carrapato tem que tirar inteiro, com a cabeça, senão infecciona!
Carlos pega um guardanapo ("vai que é cocô, né?"), pinça a coisa e dá um puxão certeiro. Alice faz AI. Pronto, saiu. Inteira, sem deixar cabeça ou outro rastro no bracinho da minha menina. Vou passar álcool, por via das dúvidas.
Sob um foco de luz, fazemos uma análise cuidadosa do material.
- Se for carrapato tem que tirar inteiro, com a cabeça, senão infecciona!
Carlos pega um guardanapo ("vai que é cocô, né?"), pinça a coisa e dá um puxão certeiro. Alice faz AI. Pronto, saiu. Inteira, sem deixar cabeça ou outro rastro no bracinho da minha menina. Vou passar álcool, por via das dúvidas.
Sob um foco de luz, fazemos uma análise cuidadosa do material.
Sangue? Carrapato? Cocô? Verruga? Melanoma? Sanguessuga?
Não, Brasil.
Era um grão de ovomaltine.