segunda-feira, 20 de julho de 2009

:: Regressiva


Nunca mais voltei aqui e deve ter parecido que meu pilequinho da semana passada durou até hoje, mas não. O dia 14 foi uma desculpinha, mas a verdade é que meus pais passaram 3 semanas aqui em Paris e a programação foi intensa. Nas horas vagas minha mãe ainda usava o computador pra ver a tal novela do Are Baba, de modo que consegui escrever (e ler) bem pouco.

Agora eles foram embora eu até queria escrever mais, mas está chegando a hora de voltar pro Brasil e eu estou curtindo uma fossa e fazendo mil programas desesperadamente. Decidimos fazer nessa semana tudo o que não conseguimos fazer durante o ano que passamos aqui - pensem na correria. É verão, a cidade está linda, tem uma praia artificial na beira do Sena, os músicos tocam acordeon nas pontes e me dá vontade de chorar. E por outro lado estou feliz e ansiosíssima pra voltar logo, rever todo mundo e retomar a programação normal, porque Paris foi um grande hiato mas é hora de voltar pra vida, sabe? Procurar emprego (alguém, alguém? Canto danço e sapateio, minha gente!), botar Alice na escola, cortar o cabelo, comer feijão, ler jornal no meu idioma, aquela coisa toda da vida real.

Voltamos pra São Paulo semana que vem. Até lá não garanto muita atividade nesse blog, porque tenho mil assuntos engatilhados mas vontade ne-nhu-ma de escrever enquanto Paris está linda lá fora me acenando au revoir (eô eô, me chama que eu voooou!). Não dá, tenho que ir lá desfrutar o que me resta dessa cidade em vez de ficar no computador, né não?

(Mas se chover eu venho aqui dar um oi, prometo.)

terça-feira, 14 de julho de 2009

:: La vie en rose!


Hoje acordei achando que Paris estava sob ataque aéreo, aí lembrei que era 14 de julho, liberté egalité fraternité, paradas militares, homens de uniforme all over e aquela coisa toda.

Feriado, muvuca, passeios mil, e terminamos a noite no Baile dos Bombeiros (alôu Sex and the City!) tomando vinho branco e dançando medley do Abba com os bracinhos pra cima, Alice inclusive, só que sem a parte do vinho branco. 

Só vim contar isso pra justificar o fato de não ter um post decente hoje. E nem amanhã, talvez. 

Tá, gente?

Beijo-tchau!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

:: Na cama elástica com Madonna


Uma coisa legal de ter filhos é que a gente tem a chance fazer uma porção de infantilidades de novo. A chance não, na verdade a gente tem a obrigação. Não basta ser mãe, tem que participar, certo?

Então hoje passamos a tarde no parque de diversões que montaram nas Tuileries (o jardim do Louvre), com direito a cachorro-quente, algodão doce cor de rosa (estou viciada em algodão doce, céus!) e voltinhas na roda-gigante. Foi uma diversão sem par! 

(Pena que Alice estava na escola, ela teria adorado - hehe!)



Bom, aí chego em casa, vou dar a fuçadinha básica nas fofocas dessa vida e...


fonte: revista Quem (quem?) online - ai que vergonha!


Sim, nós e Madonna passamos a tarde no mes-mo par-que!
Não, eu não vi Madonna (ou vi mas não reconheci, né?, porque em tempos de photoshop a gente não consegue mais saber a cara das pessoas). 

Nem sou muito fã dela, mas Madonna é praticamente um patrimônio histórico, alguma comoção haveria de causar no meu coraçãozinho se aparecesse na minha frente. Não foi dessa vez, pena. Mesmo assim eu quis registrar a história. Porque um desencontro com Madonna, assim por tão pouco, é tipo uma bola na trave: não vale nada, mas bem que bota um nervoso na gente.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

:: Missão Penico


Li essa semana esse post da Roberta em que ela narra o delicioso (ha!) primeiro cocô no penico da Luísa. 

Achei deveras inspirador. Sério. Luísa e Alice têm a mesma idade e estão em fases muito parecidas. Já até comentei com a Roberta o quanto eu me identifico com os posts que ela escreve e como vários assuntos que li no blog dela estavam na minha "to-do list", de modo que me dava até um certo medo de ela me achar uma plagiadora descarada.

Enfim, o fato é que Luísa fez cocô no penico e pensei, "por que não?". Eu estava decidida a só pensar no desfralde quando voltasse pro Brasil, no mês  que vem. Porque o apê aqui é alugado e acarpetado, no way, né? Mas li o post, fiquei empolgada e pensei que já está mais que na hora de o penico ser de fato um penico, e não um chapéu ou uma piscina para os patinhos de borracha. Então, quando Alice veio com aquele papo xixi-cocô  que lhe é habitual eu mostrei o penico e disse, quer tirar a fralda e fazer seu cocô aqui? Ela topou - mas tinha que ser na sala. Levamos o bendito pra sala, ela sentou e shhhhhhh. O shhhh foi com a boca, infelizmente. Pois ela levantou sem ter feito nada e saiu andando pelada pela sala, pra meu horror (ai, o tapete branco do monsieur dono-da-casa! Ai, o chão antigo de tacos! Ai, o sofá!). Ela andava feito pato, meio trançando as pernas, e apontava para os brinquedos, "ó!, a vaca, a girafa, o pocotó!", e meu horror aumentava porque eu sei que quando ela fica assim disfarçando é cocô na certa, e dos bons (...ai, a parede branquinha! Ai, as cortinas!...). Eu tentei convencê-la a sentar de novo, mas ela estava naquelas de mudar de assunto e fingir que estava tudo super normal - e de fato estava, se a gente considerar que bebês, como os cavalos, fazem cocô de pé com a maior naturalidade.  a zebra, ó o ptómne (hipopótamo)", e ela ia desfraldando toda a fauna que habita a nossa sala, até que pluft. Cocô. A sorte é que meu pai, velho de guerra, em vez de panicar ficou de butuca atrás dela. E a cada passinho da Alice ele empurrava o penico, de modo que na ocasião da liberação do cocô ele (o penico, não meu pai) estava convenientemente instalado debaixo da bundica dela. E voilá: primeiro cocô no penico. Involuntário, é verdade - mas não se pode querer tudo assim de primeira.

Quando viu a obra ela repetiu aquela performance ridícula do primeiro cocô, gritou de susto e tentou fugir, mas comemoramos e aplaudimos tanto que ela mudou de idéia, se apegou ao novo amigo e ficou toda orgulhosa. Levou o penico pra papai ver, depois fomos todos juntos dar tchau-e-beijo pro cocô. 

E (sim, Roberta!) eu fiquei emocionada! Não chorei, mas quase. Fosse um tantinho mais pra lá, bem no tapete branco do moço, e certeza que eu teria desabado em lágrimas.



* Dedicamos esse cocô à Ro e Luísa, pelo exemplo inspirador ;-) *

quarta-feira, 8 de julho de 2009

:: Viajando sem bebê - ou "Amor, acho que esquecemos de trazer alguma coisa..."


Eu prometi contar sobre a nossa primeira viagem sem Alice, mas a verdade é que foi tudo tããão tranquilo que é até um certo anticlímax vir aqui pra dizer: ah, foi tudo bem, ué. Mas aí lembro que tudo bem na impensável equação que envolve "meu filho lá e eu aqui" é algo enorme e que merece ser contado - mesmo que não tenha assim grandes emoções.

Pois bem: Fomos. Meus pais estão aqui em Paris e Alice ficou com eles. Viajamos quarta, voltamos sexta cedo e ela mal se deu conta ficou bem. Pra gente é que foi esquisito viajar sem nenê, carrinho, cadeirinha, fraldas, brinquedos, livrinhos, mamadeiras, comida de bebê... a bagagem era tão leve que parecia que estávamos indo dormir na casa do vizinho. 

Mais esquisito ainda: fizemos programas de adulto, gente! Teatro, restaurante, passeios sem rumo e sem hora pra acabar. E acordar tarde e ficar enrolandinho pra levantar (alguém lembra como era isso?)? Sensacional! A saudade foi administrável e o skype manteve acesa a chama da paixão (porque acho que não tem pai e mãe de bebê que viaje sem o medinho de ser esquecido pelo filho...). 

Aí a gente voltou, agarrou um bocado a Alice, ela ficou um pouco (pouco mesmo) colentinha e manhosa por um dia ou dois, e pronto. Sobrevivemos todos. Foi bem mais fácil e indolor do que eu tinha imaginado, e acho que esse climinha de lua-de-mel faz muito bem pra casais com filhos pequenos, porque bobeou a gente acaba perdendo o foco no outro e vira só pai-e-mãe. Enfim, recomendo muito - e tô louca pra repetir. 

segunda-feira, 6 de julho de 2009

:: Hey Jude


Preciso interromper a programação normal deste blog pra contar que: eu e Carlos fomos pra Londres para ver peças. Vimos Romeu e Julieta no Globe Theatre, de dia, ao ar livre, como se fazia em mil-seiscentos-e-trilili. Foi emocionante e eu tinha tudo pra ter me debulhado em lágrimas, mas aí o casal protagonista era meio marromenos e a cena final foi demi-bouche, o que eu até achei um pouco bom porque não gosto de chorar em público.

E também conseguimos, em cima da hora, ver Hamlet. Em cima da hora porque os ingressos estão esgotados há meses, e então a gente se aboletou na porta do teatro e ficou ali batalhando os lugares que sobrassem, se sobrassem. E conseguimos ótimos lugares, próximos do palco e bem centrais. Eu, que já estava descrente, quase tive uma síncope quando percebi que de fato veria o Hamlet naquele dia.

Esse Hamlet:

Ou - ESSE Hamlet:

Ser ou não ser uma tiete louca, eis a questão

Jude Law, minha gente. Possivelmente o homem mais bonito do mundo. E aí eu sentei na minha cadeira e quando ele entrou no palco eu apertei forte a mão do Carlos e senti uma batedeira louca no peito - sei que não é adequado e eu teria preferido dar mostras de histeria para uma amiga, mas a mão do Carlos foi a que se apresentou no momento e tomou os apertões, paciência. Aliás, nesse nosso ano em Paris ele já se acostumou com as minhas meninices compartilhadas, e já aprendeu que quando eu digo "Cá, quer ser minha amiga?" é porque vou despejar pra cima dele algum comentário sobre vitrines ou maquiagem ou, nesse caso, Jude Law. Bom, eu fiquei os primeiros minutos assim meio frenética, e depois fui banalizando o fato de ter Jude Law na minha frente e até consegui prestar atenção na peça.

A surpresa foi que o cara é muito bom. Essas pessoas insuportavelmente bonitas tem essa desvantagem (ou vantagem, dependendo do caso) de a beleza bastar. A gente fica abestalhado e mal presta atenção no resto. Então eu me esforcei pra prestar a atenção que a peça merecia. Tentei abstrair o par de olhinhos azuis e o sorriso encantador e foquei no, hum, talento do rapaz. E achei que ele arrasou, de verdade. Mas eu estava um pouco entorpecida e não confiei no meu julgamento, então perguntei pro Carlos o que ele estava achando. E ele confirmou: Mr. Law está muito, muito bem na pele do príncipe pseudomalucão. E a montagem é
ótima, achamos a melhor dos últimos Hamlets que vimos (e foram 4 em 2 anos - Carlos é um pouco obcecado com essa peça e me ensinou a gostar muito dela.)

E ele ainda completou assim: o cara está muito bem e tem uma coisa além do talento que é importantíssima: ele tem carisma. Isso faz muita diferença. 

Olha, a pessoa que sabe tudo de teatro é ele e não eu, de modo que só posso humildemente concordar.

Olha esse carisma, gente!



Bom, então assim que eu recuperar o fôlego conto como foi a nossa primeira viagem sem Alice.


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