A coisa mais linda do mundo é ver irmãos crescendo juntos.
Irmãos não servem para nada por muitos meses, é verdade. Mas um belo dia eles ficam amigos. E aí se abraçam por livre e espontânea vontade, se beijam, se batem, brincam e conspiram contra o universo juntos. E, meu deus, eles CONVERSAM!
Você sobe mais um degrauzinho da escala de diversão da vida quando irmãos começam a dialogar. Tipo assim, ó:
- Lucás?
- Oi. Alicê. (O Lu falava assim, pau.sa.da.men.te, um ponto final entre cada palavra. Parecia voz de GPS, sabe? "Vire.à.direita.")
- Vem ver o Mickey comigo?
- Pickey! Puto! Tateta!
- Lucás?
- Oi. Alicê.
- Me abraça?
- Não.
- Lucas, seu fofinho, seu lindinho, vem cá - beijo, beijo, beijo.
- Não, Alicê! Beijo dói!
-Atchim!
- ...
- Alicê?
- Oi.
- Fala "saúde".
- Saúde.
- Obigado.
- Ma-nhê-o-Lu-cas-me-ba-teu-com-a-pa-ne-laaa! Buááá!
- Desculpa, Alicê.
- Desculpo.
- Machucou?
- Sim.
- Ah. Então tá.
- Lucas, seu fofo!
- Seu fofa!
- Hahaha, "seu fofa"...
- ALICE, NÃO IMITA!
- Toma esse pedacinho de pão, Lucas.
- Nhoc. Obigado.
- Fiz pra você com amor!
- Com amor, não! - ele cospe e pega outro pedaço - Sem amor é melhor.
(E mãe aqui, toda suspirosa, toda babona, toda confirmando que com amor a vida vai sim ficando cada vez melhor - te juro, Lu!)