quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

:: Títe títe


Voltamos da praia ontem e eu queria estar alegre e ensolarada pra retomar o blog, mas meu cachorro morreu, cara. Chicão, o labrador negão. A criatura mais doce, lambona e abestada desse mundo. Não merecia a morte triste que teve, convulsionando por dias numa clínica veterinária até os donos acharem por bem (por mal, por péssimo, mas enfim...) encerrar o sofrimento dele. Horrível horrível. Sei lá, fazer um post sobre isso deve parecer meio besta, mas essa coisa de bicho morrer é foda, a gente fica bem pior do que podia supor. 

Aí Alice veio ontem me perguntar por que eu estava chorando. E pra explicar isso pra uma criança desse tamanhico? Contei que eu estava triste (títe títe títe, é mamãe?) porque o Chicão ficou doente e foi embora, não ia mais voltar pra casa. "Foi embora" é fueda, né? Sou meio contra esses eufemismos todos pra evitar falar de morte, mas nesse caso o conceito de morte ainda nem existe pra ela, então fiquei sem saber como explicar. Acabou que ela nem deve ter achado grande coisa, porque disse: aaah, foi embola... mas poquê você tá títe, mamãe???

Enfim, enfim. Climinha meio pesado por aqui, mas logo mais estamos de volta com notícias melhores...


domingo, 24 de janeiro de 2010

Retro2009 - agosto

(Au revoir Paris! Em agosto já estávamos de volta a São Paulo e a vida tinha voltado ao normal.) 


(Se tudo deu certo hoje é dia 24 e logo mais eu estou de volta, então a retrospectiva acaba aqui.) 


(Coisa louca que é escrever no futuro, estou um pouco embananada, porque eu sou péssima com essas abstrações e disse que hoje é dia 24 mas na verdade hoje é dia 14, entendem? Muito confuso, espero nunca mais precisar programar posts na vida...)



:: The Bedtime Show!


Alice às vezes faz a louca. Principalmente quando está naquele estado de sono bêbado e vem chegando a hora de dormir, que ela detesta mais do que tudo na vida (coerência não é seu forte). Ela entra num processo de negação completamente alucinado, e o desespero dela em enganar o sono acaba virando show. A gente senta e assiste e espera, porque é engraçado demais e inevitavelmente tem uma criança molinha e dormindinho no final. 

Hoje, agorinha ainda, foi assim:

Cantou Cai cai balão;
Emendou uma dança doida com as mãos nos rins, Aíxe dançando, ó, ó!, cheia de malemolência brejeira;
Rodou-rodou-rodou até ficar tonta;
Se jogou no chão rindo - Aíxe caiu!;
Deitada, deu tchau pro teto; 
Levantou de joelhos, Aíxe engatinhando, ó! e engatinhou por baixo da perna do pai, Aíxe passou no túnel, agola mamãe!, e me obrigou a engatinhar e passar no túnel também;
Declarou que estava maluca: Aíxe maluca, brrrrr! (sacudindo os cabelos e fazendo sua famosa cara de maluca); 
Finalizou protestando, aos brados de dumi non, dumi non!quando a peguei no colo pra levar pro berço.
 
Tudo isso naquele ritmo frenético de gincana da Xuxa, de modo que a performance toda deve ter durado uns 40 segundos no máximo. Encerrado o show ela deitou no berço, virou de lado, segurou minha mão e apagou instantaneamente. 

Dormiu tão rápido que não tivemos nem tempo de aplaudir.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Retro2009 - julho


:: Hey Jude


Preciso interromper a programação normal deste blog pra contar que: eu e Carlos fomos pra Londres para ver peças. Vimos Romeu e Julieta no Globe Theatre, de dia, ao ar livre, como se fazia em mil-seiscentos-e-trilili. Foi emocionante e eu tinha tudo pra ter me debulhado em lágrimas, mas aí o casal protagonista era meio marromenos e a cena final foi demi-bouche, o que eu até achei um pouco bom porque não gosto de chorar em público.

E também conseguimos, em cima da hora, ver Hamlet. Em cima da hora porque os ingressos estão esgotados há meses, e então a gente se aboletou na porta do teatro e ficou ali batalhando os lugares que sobrassem, se sobrassem. E conseguimos ótimos lugares, próximos do palco e bem centrais. Eu, que já estava descrente, quase tive uma síncope quando percebi que de fato veria o Hamlet naquele dia.

Esse Hamlet:

Ou - ESSE Hamlet:

Ser ou não ser uma tiete louca, eis a questão

Jude Law, minha gente. Possivelmente o homem mais bonito do mundo. E aí eu sentei na minha cadeira e quando ele entrou no palco eu apertei forte a mão do Carlos e senti uma batedeira louca no peito - sei que não é adequado e eu teria preferido dar mostras de histeria para uma amiga, mas a mão do Carlos foi a que se apresentou no momento e tomou os apertões, paciência. Aliás, nesse nosso ano em Paris ele já se acostumou com as minhas meninices compartilhadas, e já aprendeu que quando eu digo "Cá, quer ser minha amiga?" é porque vou despejar pra cima dele algum comentário sobre vitrines ou maquiagem ou, nesse caso, Jude Law. Bom, eu fiquei os primeiros minutos assim meio frenética, e depois fui banalizando o fato de ter Jude Law na minha frente e até consegui prestar atenção na peça.

A surpresa foi que o cara é muito bom. Essas pessoas insuportavelmente bonitas tem essa desvantagem (ou vantagem, dependendo do caso) de a beleza bastar. A gente fica abestalhado e mal presta atenção no resto. Então eu me esforcei pra prestar a atenção que a peça merecia. Tentei abstrair o par de olhinhos azuis e o sorriso encantador e foquei no, hum, talento do rapaz. E achei que ele arrasou, de verdade. Mas eu estava um pouco entorpecida e não confiei no meu julgamento, então perguntei pro Carlos o que ele estava achando. E ele confirmou: Mr. Law está muito, muito bem na pele do príncipe pseudomalucão. E a montagem é
ótima, achamos a melhor dos últimos Hamlets que vimos (e foram 4 em 2 anos - Carlos é um pouco obcecado com essa peça e me ensinou a gostar muito dela.)

E ele ainda completou assim: o cara está muito bem e tem uma coisa além do talento que é importantíssima: ele tem carisma. Isso faz muita diferença.

Olha, a pessoa que sabe tudo de teatro é ele e não eu, de modo que só posso humildemente concordar.

Olha esse carisma, gente!



Bom, então assim que eu recuperar o fôlego conto como foi a nossa primeira viagem sem Alice.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Retro2009 - maio


:: Alice e o cocô


*post escatológico que pode impressionar os mais sensíveis (se é que existe alguma mãe que, a essa altura da vida, ainda se impressione com cocô...)*


Alice finalmente foi apresentada ao próprio cocô. Apresentada formalmente, digamos assim.

Ela tinha tomado banho e ficou brincando pelada na banheira vazia, estava calor e ela ama ficar lá peladona mexendo no chuveirinho ou espiando pra dentro do ralo. E aí me chama e diz sorridente que fez cocô. Fui conferir - porque às vezes ela anuncia equivocadamente e eu não tenho ainda certeza que ela sabe a diferença entre cocô e xixi -  e de fato lá estava ele, bonito e saudável, se é que eu posso falar assim de um cocô. Eu falei pra ela, não mexe que eu vou pegar um papel pra tirar o cocô daí, tá?, com medo dela ir lá futucar, ou comer, sei lá, bebês são estranhos, enquanto eu pegava o papel. 

Mas ela não futucou, nem comeu. Ela olhou pra ele e deu um grito alto de horror. Aí estendeu os braços em minha direção e chorou e gritou, apavorada, como que implorando pra eu tirá-la dali correndo porque ela estava com muito muito muito medo daquilo.

Daquilo.

E só aí eu me dei conta que Alice nunca tinha visto um cocô na vida. E portanto, nunca associou o ato - fazer cocô - ao produto - cocô - de modo que aquilo, aquela coisa, ter aparecido do lado dela numa banheira vazia há de ter sido um susto tremendo. 

Resgatei a pequena da banheira, limpei e achei por bem fazer a apresentação, Alice, cocô, cocô, Alice, porque eles hão de se encontrar muito ainda nessa vida, sobretudo quando for a hora de desfraldar a moça. Apresentação feita, fomos juntas levá-lo para a privada e demos tchau, cocô! enquanto ele era levado pela água, e ela ainda lançou-lhe um beijinho antes de ele sumir pelo cano. 

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Retro2009 - abril


:: Quem ri por último


Eu sempre fui péssima no jogo do sério. 


Pensei nisso recentemente, quando vi a guarda do castelo de Praga. Os caras parecem estátuas de cera, com aquele uniforme esquisitão, as baionetas e a expressão mais neutra que é possível num ser humano. Turistada lá tirando foto, fazendo chifrinho, pegando na bunda e os caras nem tchuns. Rosto impassível, olhando pra frente e sem mexer um músculo. 


(Inclusive me pergunto pra que serve uma guarda cuja ordem é "não mexer nunca, jamais, em hipótese alguma". Terrorista armado até os dentes pode até tirar foto com eles antes de se explodir e levar o castelo todo junto. Enfim.) 


O caso é que todo mundo que quer ter filho tinha que fazer um estágio com os guardas do castelo de Praga. Porque o pecado mortal da educação é se desautorizar diante do filho. Pode ser mãe e pai se contradizendo, mãe e pai sendo pouco consistente e, principalmente, mãe e pai rindo na hora de falar sério. Você diz "não pode" e todo o resto do rosto diz "faça, mas faça MUITO, porque isso é hilário".


Mas como evitar? Crianças são engraçadas, ponto. Fazem coisas horripilantes, mas é engraçado demais, DEMAIS, impossível não ter um ataque. Exemplo: Alice, quando leva bronca, me beija. No joelho, no nariz, no ombro, onde der. E não é um beijo qualquer, é um beijo ostensivo, enorme, que vem num bico compriiiido de Tião Macalé. Ela sabe que assim me desarma, e a bronca vira risada - disfarçada, mas risada. Ou: ela não beija, mas imita. Vira a cabeça (tipo cachorro prestando atenção, sabe?) e fica ali, bi-bi-bi?bó-bó-bó?, palavreando no mesmo tom da bronca. E eu rio que me acabo. Amadora que sou, caio feito uma pata, manipulada por uma criança de 1 ano e 7 meses. Não adianta, ainda não consigo deixar de achar graça nas picaretices dela.


Eu devia era ter botado Alice pra sacanear os guardas de Praga. Porque se eles ignorassem, ela ia perder a fé na eficácia do seu charminho e ia voltar menos abusada. E se eles rissem, até eles!, quem sou eu pra querer ficar séria?


domingo, 17 de janeiro de 2010

Retro2009 - março

(Acabávamos de voltar de Praga e resolvi compartilhar a triste experiência de fazer malas com e para um bebê)

:: Malas


Depois de muitos dias lendo cardápios em alemão e tcheco (e ouvindo todas as piadinhas existentes com a palavra "tcheca", naturalmente), cá estou de volta a Paris, e finalmente me sentindo alfabetizada de novo. Aliás, eu subitamente virei PhD em francês, igualzinho ao que aconteceu com o inglês quando cheguei aqui: em 2 dias eu percebi que master domino o inglês, ha! Referência é tudo.


Daí que a Karenina pediu dicas para viagens com o pequenos. Sobre avião, já escrevi aqui. Viagem de carro a Ju comentouali. Então vou falar da preparação para a viagem, que foi a parte que deu errado dessa vez. 

Pois bem: as malas. Sabe aquele truque clássico da Glória Kalil, separe as roupas para a mala, agora tire metade, e é isso o que você realmente vai usar? É um truque ótimo, mas pra bebês funciona diferente: separe as roupas para a mala, agora DOBRE a quantidade de roupas, é pelo menos isso que o seu bebê vai sujar

Especialmente se seu bebê, como Alice, está naquela fase de comer sozinho. Olha mamãe, sozinha! - e enfia a colher de ponta cabeça goela adentro. Um terror. Então leve todas as roupinhas que couberem na mala, e ainda conte com lavar uma ou outra na pia do hotel de vez em quando - a sorte é que miniroupas secam megarápido. 

Importante: na hora da refeição, tire casaquinhos e afins e deixe só a camisetinha de baixo, que há de ser mais baratinha e secar mas rápido, se for o caso. E aqueles babadores plásticos com porta-sujeira são ótimos: recolhem os restos tombados, são fáceis de limpar e a criançada ainda se apega a eles, ó que bonitinho:

Badô (ou: Das reações desproporcionais)


Sobre a mala da mãe: manja aquela calça super básica, begezinha, que vai com tudo? Vale por duas, né? Não amiga, vale por meia. Seu filho pode até comer sozinho, mas a sujeira é conjunta. E mesmo que ele não esteja nessa fase da independência porcalhona, melhor garantir. Porque veja bem: ele pode não comer sozinho, mas em algum momento vai carimbar sua calça com a boca suja de molho de tomate. Ou vai deitar a cabecinha no seu ombro e deixar um rastro de sopa/meleca/leitinho azedo. Ou vai ficar de pé no seu colo com as solas encardidas. Ou bater na sua mão e derrubar o jantar, ou entornar o suco, ou rolar na lama, fazer cocô explosivo, xixi pra cima, vomitinhos all over. As possibilidades são infinitas, de modo que de perto dele limpinha, limpinha você não sai. Há que se pensar nisso antes de fazer uma mala cheia de peças claras ou "coringas", dessas que vc pretende usar mil e uma vezes durante a viagem.

Então esquece Glorinha Kalil e todas as lições sobre "malas econômicas" que você ouviu por aí. Com criança é sempre melhor se precaver. Se joga no malão, se for possível - ou se joga numa capucha de plástico sempre que for se aproximar da fera, pra poupar suas roupas. E caso a mala precise ser econômica, o critério "suja menos" é tão importante quanto o critério "combina com mais".


Outra coisa importante: fazer as malas com antecedência, de preferência com a criaturinha dormindo. Porque, deus do céu, como eles atrapalham! O passatempo da Alice era enfiar no pescoço cada peça de roupa que eu guardava, ou abrir os zíperes das necessaires, ou levar os sapatos pra passear. Depois ficou chiliquenta e passou uma hora inteira aos berros tentando se agarrar na minha perna. Eu, atrasada, fintava a pobre e prosseguia na função, tentando ignorar o show - mas choro de bebê na orelha é uma coisa que abala o miolo mais interno da gente, impossível ignorar, de modo que o saldo, pra mim, foi: mau humor profundo, lágrimas silenciosas dentro do táxi e a mala mais idiota ever: esqueci pijama, camisetas e, céus!, calça jeans. Mala sem calça jeans, notem a gravidade da coisa.


Mas pelo menos eu lembrei de pegar aquela outra calça...


...aquela suuuper coringa...


...o que pode dar errado, afinal?

sábado, 16 de janeiro de 2010

Retro2009 - fevereiro

(De como eu quase fiquei amiga do meu muso, ou quase isso.)
:: Le ménage


Logo que conheci a Marcela, naquele papo-vai-papo-vem de quem quer se conhecer, ela disse: a fulana, que faz ménage lá em casa, tava na festa da Pepe, lembra?. Aí eu tentei fazer uma cara neutra mas fiquei pensando com meus botões que saber tanto assim da intimidade dela talvez fosse muita informação pra um primeiro papo, sabe? Depois de um vinhozinho e uma relação mais sólida eu super topo esse tipo de conversa, mas assim, nos primeiros minutos de amizade, empurrando carrinho de bebê, sei não. Então, mesmo tentando agir com naturalidade frente a notícia de que a “moça do ménage” estava na festinha de um ano da filha deles eu devo ter arregalado um baita de um olho, porque Marcela riu e me explicou que ménage aqui é arrumação, faxina, essas coisa. Ah tá.

E foi assim que eu e Carlos descobrimos que também estamos metidos nesse negócio de ménage. Porque eu não sei passar roupa – prontofalei – e uma ajudinha aqui se faz necessária devido aos meus porcos parcos talentos de dona-de-casa. Assim entra na história a Mariza, carioca radicada em Paris há quase 40 anos. Uma senhora très simpática que quebra todos os galhos pra mamãe-sonsa aqui, de ajuda na limpeza a telefonema pro pediatra. Alice adora Mariza e vive atrás dela pela casa, morrendo de rir sempre que Mariza a chama de coquine ou diz “ô-lalá” (os franceses, ao contrário do que se pensa, dizem ô-lalá, sempre num tom bem grave. Uh-lalá é uma invenção literária, creio eu.).

Daí que Mariza volta e meia fala do Chico. Ela faz ménage pro tal Chico há um bocado de tempo, desde o Brasil, se entendi direito. E me explica que não pode ficar muito porque o apartamento dele alagou e ela vai lá dar um jeito. Ou que não poderá vir no dia tal porque é o dia em que ele chega à Paris. Teve o dia em que o telefone dela tocou e ela, “alô, Chico?, passo aí hoje, beijo-tchau”. Noto um apego em sua voz quando ela fala do Chico, mas assim, com todo respeito.

Chico, Paris, carioca, apego respeitoso... 

Em duas palavras? Chico. Buarque. 

Oh-my-god.

Agora me diz se não é a glória: Chico Buarque conhece Mariza que me conhece. 1 grau de separação, o mais perto que eu já cheguei dele, meu ídolo absoluto desde sempre. Pois mesmo antes de saber quem era Chico Buarque eu já tinha decorado o disco d’Os Saltimbancos in-tei-ri-nho e cantava que todo mundo tem pereba, só a bailarina que não tem (e mais: eu achava que Ciranda da Bailarina tinha sido feita pra mim, como toda menininha que já vestiu um tutu cor-de-rosa achou um dia...).  

Pois o Chico tem apartamento aqui pertinho de casa. E está em Paris a-go-ra. Vez em quando eu vou lá dar umas voltas no bairro dele achando que vou cruzar com o moço. E sempre fiquei pensando se eu teria coragem de dizer alguma coisa, caso cruzasse. Porque eu me conheço: se encontrar com ele na rua, vou ficar roxa e passar correndinho, com vergonha, sem coragem de gritar ou jogar a calcinha puxar um papo inteligente, como eu sempre sonhei. Vai ser o anticlímax absoluto e eu vou me odiar pra sempre, de modo que no fundo era bom que a gente nunca se cruzasse mesmo. Mas agora não! Agora temos toda uma história em comum, eu e ele. Temos Mariza, temos o ménage que nos une! Se isso não é intimidade eu não sei o que é, juro.

Estou pensando em pedir pra Mariza me levar como assistente ao ménage do Chico, naquele esquema eu-lavo-você-enxágua. E depois eu contaria toda orgulhosa pra Marcela que fiz um ménage na casa do Chico Buarque, e aposto que ela também ia arregalar um baita de um olho!


(Ah, blog de mãe, né? Então fica a dica dos Saltimbancos, Ciranda da Bailarina, O Grande Circo Místico, etc etc - pra introduzir os pequenos à boa música desde cedo.) 


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Retro2009 - janeiro

:: Alice e o segundo amor


Acho que Alice tem um paquerinha, gente!


Mas pra falar disso eu tenho que falar de duas coisas antes:


1. Alice agora vai pra escola. Eu não falei disso antes porque depois de uma expulsão aos 14 meses de idade a gente fica safo, né? Não quis comentar sem ter a certeza de que dessa vez ia dar certo. Pois não só deu certo, com ela foi promovida: passou da seção dos bebês pra seção das criancinhas. "Alice é única criança que passou de ano sem freqüentar as aulas!", disse o pai? A tia? O primo? alguém que eu não lembro.


2. Alice está sofrendo bullying na escola, céus! Tem sido constantemente abusada por uma garotinha muito maior que ela – os pequenos sempre sofrem nessa hora, coitados! Essa garota, a Nitsa, vive de roubar a Nenê da Alice ou futucá-la nas bochechas. Verdade que as bochechas da Alice são apetitosas e convidativas, mas tem que ser com jeitinho, dona Nitsa! É pra fazer carinho, não pra dar dedada! Acho que é isso que a professora sempre diz, mas a Nitsa insiste nos futucos e aí a professora a leva pra jaula pro cercadinho até ela se acalmar. Fiquei me perguntando por que a Nitsa implica com Alice, e aí chegamos no assunto principal desse post: porque a Alice tá cobiçando O MUSO do jardim da infância (boa, garota!), só por isso.


Logo nos primeiros dias, quando ela começou a se adaptar na escola e queria me mostrar que estava tudo suuuper bem, aconteceu a seguinte cena quando fui buscá-la: ela me viu, pegou pelo cangote o primeiro menino que tava dando bobeira por perto, e agarrou. Lascou-lhe um abraço forte e só não beijou porque ele ficou embasbacado e fugiu (ah esses franceses, tão lentinhos!). Foi pra me mostrar “olha mãe, eu tenho amigos, estou enturmada, a escola é legal”, mas acho que aí ela botou reparo no menino, viu que era um pitéu, cresceu o olho e decidiu, 


te quiero, te quiero djá!


e agora passa as horas a jogar charminho. Acho que o nome dele é Tobie. Faz o tipo homem mais velho, tem lá seu ano e meio, no mínimo. E é alto, lindo. Que bom gosto tem minha filha! Agora é Alice despejar todo o seu charme e aquele suíngue brasileiro arrasador pra cima dele, e o pequeno Tobie tá perdido! 

Então é isso. Perdeu, Nitsa! Per-deu! Pode dedar a Alice à vontade, pode roubar a boneca dela, mas o Tobie, minha querida, esse você não leva! 


Retrospectiva 2009 (efeito retardado)

Queridos, vou-me novamente, pegar uma prainha com a família e possibilitar o sonho supremo da minha mãe, que é rolar na areia da praia com a neta. Porque, antes do nosso ano em Paris, Alice era pequena demais para tal feito, e desde que voltamos minha mãe conspira e planeja e sonha com esse momento. Ele chegou, enfim. Vó e neta à milanesa, vai ser lindo de se ver!
Bom, aí descobri essa coisa de posts programados. A gente pode viajar pro canto mais ermo do planeta e continuar blogando, desde que haja conteúdo preparado e um agendamento simplesinho feito no blogger. No meu caso, vou aproveitar esse clima de final, ops, começo de ano pra usar o recurso mor dos picaretas, a retrospectiva. Já que tem bastante leitor novo por aqui e não é todo mundo que tem tempo e paciência de fuçar arquivos, pincei alguns fatos marcantes do último ano pra reblogar durante a nossa ausência. 
Volto inédita e novidadeira (segura, peão!) no fim do mês, tá?
Beijos beijos!
(ah, deixa eu já explicar que tudo pode ficar meio desconfigurado nos próximos dias, porque programar posts tem esse problema: vc programa mas não vê no ar, então pode deixar passar errinhos, links vazios, espaçamentos equivocados e tal. O meu "visualizar" nunca, NUNCA é fiel ao modo como a coisa vai aparecer de verdade no blog, então teremos mais essa emoção pela frente...)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

:: Mamãe eu quero!


Juliana está esquentando os tamborins pro carnaval e criou com uma amiga uma linha de fantasias que não pinicam, não futucam e não irritam, olha que ótimo! Tudo de algodão, fresquinho e confortável.

(E de quebra ainda temos o Heitor modelando em prol da causa, um sucesso!)


Passem lá:





quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

:: Pra começar bem o ano


Eu tenho um orgulhinho besta do meu gosto musical. E aquela mania irritante de OBRIGAR as pessoas a ouvirem comigo as músicas que eu amo. E ouvirem mais uma vez. E prestarem atenção nesse trechinho aqui, ó! - e dá-lhe repeat, e dá-lhe voltar várias vezes pro mesmo ponto da música, até a pessoa concordar comigo que aquilo é fantástico ou sair correndo da minha casa pra nunca mais voltar. É mais forte do que eu, o efeito que certas músicas me causam simplesmente PRECISAM ser compartilhados. 

Explicação dada, vou fazer isso com vocês a-go-ra. Porque é começo de ano e a gente precisa de algo bem entusiasmante pra animar e dar sorte. Né?

Então PORFAVORPORFAVORPORFAVOR ouçam isso:



Essa é a Nina Simone cantando "Backlash Blues" no festival de Montreux, em 76.

Eu ganhei um DVD com várias apresentações dela em Montreux faz um tempinho e quase tive um infarto do miocárdio. Nunca vi uma criatura com tanto domínio de palco como essa mulher. Quem mais pode cantar com esse mau humor?, esse arzinho blasé-debochado?, esse maiô velho e frouxo?...


...e continuar sendo a diva classuda de quem a gente mais gosta nessa vida? Ninguém além dela, gente. Então façam um favor pra vocês mesmos e vejam o vídeo, prestando atenção especial no trecho que vai de 2:45 a 3:30 (e se vocês repetirem esse trecho umas 5 vezes e mandarem um putaquepariu no final, minha missão na Terra estará cumprida - ha!)

Bom, o ano começou, Alice continua de férias e eu continuo sem tempo para grandes blogadas. Mas pelo menos agora, sempre que alguém voltar aqui procurando novidades e der com os burros n'água (quem me explica essa expressão?), pode dar um play e se embasbacar com a Nina mais um pouquinho. Presentão, vai?

Enjoy!



(Ah, as fotos de maiô são de um show de 87. Eu daria o apêndice para estar lá, assistí-la ao vivo e ainda e confirmar se o que ela traz no pescoço é mesmo uma chavezinha de vestiário, como eu desconfio. Tipo, saí da piscina pra 
vir aqui cantar pro povo, mas que a coisa não demore muito porque eu ainda pretendo voltar pra aproveitar o restinho do sol... haha, musa!)



Related Posts with Thumbnails