terça-feira, 6 de maio de 2014

:: 10 dicas para uma maternidade relax (sem cortes!)




Eu e uma porção de blogueiras bacanas estamos dando dicas na Crescer desse mês, viram, viram? As minhas dicas são sobre uma maternidade tranquilinha (cof cof) e relax (cof cof cof). Também gravei um vídeo que está aqui, ó.

Mas eu sou uma tagarela incurável, gente. Eles me pediram dez dicas curtas e eu mandei doze dicas longas - juro que tentei diminuir, mas simplesmente não dou conta de ser clara em apenas cinco linhas. Então, como o texto da revista está muuuuuito editado, decidi publicar aqui o original, que me representa melhor.


Então ei-las:


12 dicas para uma maternidade relax

1 
(sem cortes, sem censura e sem photoshop!) 

      
       MEU FILHO, MINHA VIDA?
     O discurso até soa bonitinho, mas é opressivo pra caramba. Veja bem: seus filhos são uma parte enorme da sua vida, não são a sua vida. Você não é menos importante do que eles. Nem mais. Então faça um favor para vocês todos e se faça tão feliz quanto faz os filhotes. Você vai dar para eles um belo exemplo de compromisso com a própria felicidade.

PENSAR TÁ LIBERADO!
Preocupe-se com o que você faz, não com o que você pensa. Pode sentir raiva do filho? Frustração? Pode ter vontade de pendurar a criança num cabide e guardar no armário até ela se acalmar? Pode querer fugir para o Taiti? Claro que sim, desde que você não seja violenta, não desconte frustrações em cima dele, não o guarde no armário nem se despache para o Taiti para nunca mais voltar. Não se culpe por pensamentos horríveis se eles não se tornam ações horríveis. Sua mente é território livre e reprimir sentimentos, além de não os fazer desaparecer, ainda vai te dar uma úlcera de presente. (Agora, se os pensamentos estiverem MUITO horríveis vale buscar ajuda, hein?)

CUIDADO COM O DR. GOOGLE
Os diagnósticos que ele vai te dar serão infinitamente piores do que a realidade em 99% das vezes. Melhor evitar. E nunca, em hipótese alguma, recorra ao Google Images para pesquisar doenças de pele, piolho ou cocô.

NÃO TENHA MEDO DOS ERROS
Uma coisa que a gente aprende rapidinho é que a maternidade é feita de cagadas (literais e figurativas). Então encare cada erro de frente. Olhe-o  nos olhos, entenda-o, abrace-o, faça as pazes e passeie de mãos dadas no parque com ele. Depois mande beijinhos e se despeça, sabendo que você não vai cometer aquele mesmo erro de novo porque foi capaz de aprender com ele.

SEJA PRÓXIMA DO SEU FILHO
Cuidado para não ser atropelada pelo trem desgovernado da vida de mãe. É preciso lembrar de olhar de perto para os filhos, com calma, com afeto e com interesse, sabendo falar e ouvir. Descer do pedestal da autoridade materna e assumir as próprias inseguranças e dúvidas diante de um filho ajuda a construir uma relação de cumplicidade e proximidade - meio caminho andado para uma maternidade mais tranquila a longo prazo.

NÃO SE COBRE ALÉM DA CONTA
Antes de ser mãe de fato eu fui uma mãe teórica impecável. Eu tinha certeza que saberia como agir em todas as situações desafiadoras da maternidade (pausa para as gargalhadas). O que eu não sabia é que, quando fosse pra valer, eu seria sabotada pela emoção. Então dei tchau para a mãe teórica e oi para o mundo real, onde nem sempre tenho estrutura emocional (leia-se: paciência, firmeza, coerência, disciplina) para ser “a melhor mãe que posso ser”. Posso confessar aqui que foi libertador? Pois foi! Então chute para longe a mãe perfeita dos seus sonhos, se ela te oprime. Pode errar, ter preguiça ou ficar de saco cheio sem precisa se martirizar por isso. Assumir que temos limites pode até desmontar a figura da mãe perfeita, mas fortalece a da mãe humana, que é muito mais interessante.

NÃO TENHA PREGUIÇA DE PENSAR
Já fui aquela mãe que procura informações apenas para legitimar suas decisões. Eu me apegava às minhas convicções e descartava tudo o que ameaçasse a segurança (falsíssima) de estar fazendo o melhor. Até que a blogosfera materna entrou minha rotina e eu percebi como era bom abandonar preconceitos e me dispor a ouvir opiniões diferentes. Então, ao buscar informações, esteja verdadeiramente aberta para todas as perspectivas. E não tenha medo de mudar de idéia pelo caminho!

ACREDITE NA AUTONOMIA DOS SEUS FILHOS
Crianças podem se divertir mais com caixas e embalagens coloridas do que com o que veio dentro delas. Criam histórias maluquíssimas. São plenamente capazes de lidar com conflitos, se refazer de tombos ou inventar o que fazer – é só não haver um adulto à disposição para resolver tudo por elas. As lições que eu tiro disso são: observar mais, intervir menos, deixá-los mais livres do que me seria natural. Meus filhos têm bem mais autonomia do que eu imagino.

PRATIQUE A MATERNIDADE SEGURA
Dê férias para o tomara-que-caia, o biquíni de lacinho, a saia envelope. Que mãe consegue relaxar estando a uma puxadinha da exibição involuntária de suas partes privadas na festinha do amigo ou na porta da escola?(Vale até o filho completar 8 anos, depois disso tá liberado. Ou não?)

NÃO PERCA A CHANCE DE GARGALHAR
Filhos são uma fonte deliciosamente inesgotável de gargalhadas, aproveite! Cultive o humor dentro de casa: conversem muito, observe os diálogos entre as crianças, valorize o senso de humor, seja ridícula, ria de si mesma, riam juntos. (Só cuidado para não estimular o humor depreciativo, aquele que magoa, desrespeita, aponta o dedo para o outro. Frase clássica aqui em casa: “só é engraçado se todos estão rindo”.)

NÃO CRIE EXPECTATIVAS EXAGERADAS EM TORNO DA MATERNIDADE
Ligue a TV. Tá vendo aquela mãe sorridente, bem penteada e de roupas brancas que diz que a vida é uma loucura enquanto arruma uma casa impecavelmente limpa? Pois deixa eu te contar um segredo: ela é atriz, é bem mais jovem do que finge ser e provavelmente não tem filhos. E essa serenidade inabalável que ela esfrega na nossa cara é uma grandessíssima mentira. Então vamos abandonar as projeções de maternidade inatingível e botar os pezinhos aqui na Terra, onde a casa está bagunçada, vivemos descabeladas e as roupas brancas (opa, que roupas brancas? Você não tem mais nenhuma!) têm manchas de molho à bolonhesa.

INSPIRA, EXPIRA, ACREDITA E VAI!
Perdão pela obviedade, mas: relaxe! Não queira controlar tudo, porque a vida é uma danadinha imprevisível e vai te passar várias rasteiras pelo caminho. Pare de olhar para os lados e se comparar com outra mães. Não se ofenda se as escolhas delas são diferentes das suas. Não dê muito valor para mães pitaqueiras e suas dicas cheias de imperativos (ops!). Respeite o tempo do seu filho e a criança que ele é. E respeite igualmente o seu tempo e a mulher que você é.

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