Eu e uma porção de blogueiras bacanas estamos dando dicas na Crescer desse mês, viram, viram? As minhas dicas são sobre uma maternidade tranquilinha (cof cof) e relax (cof cof cof). Também gravei um vídeo que está aqui, ó.
Mas eu sou uma tagarela incurável, gente. Eles me pediram dez dicas curtas e eu mandei doze dicas longas - juro que tentei diminuir, mas simplesmente não dou conta de ser clara em apenas cinco linhas. Então, como o texto da revista está muuuuuito editado, decidi publicar aqui o original, que me representa melhor.
Então ei-las:
12 dicas para uma maternidade relax
1
(sem cortes, sem censura e sem photoshop!)
MEU FILHO, MINHA VIDA?
O discurso até soa bonitinho, mas é opressivo pra caramba. Veja bem: seus filhos são uma parte enorme da sua vida, não são a sua vida. Você não é menos importante do que eles. Nem mais. Então faça um favor para vocês
todos e se faça tão feliz quanto faz os filhotes. Você vai dar para eles um
belo exemplo de compromisso com a própria felicidade.
PENSAR TÁ LIBERADO!
Preocupe-se
com o que você faz, não com o que
você pensa. Pode sentir raiva do
filho? Frustração? Pode ter vontade de pendurar a criança num cabide e guardar
no armário até ela se acalmar? Pode querer fugir para o Taiti? Claro que sim,
desde que você não seja violenta, não desconte frustrações em cima dele, não o
guarde no armário nem se despache para o Taiti para nunca mais voltar. Não se
culpe por pensamentos horríveis se eles não se tornam ações horríveis. Sua
mente é território livre e reprimir sentimentos, além de não os fazer
desaparecer, ainda vai te dar uma úlcera de presente. (Agora, se os pensamentos
estiverem MUITO horríveis vale buscar ajuda, hein?)
CUIDADO COM O DR. GOOGLE
Os
diagnósticos que ele vai te dar serão infinitamente piores do que a realidade
em 99% das vezes. Melhor evitar. E nunca, em hipótese alguma, recorra ao Google
Images para pesquisar doenças de pele, piolho ou cocô.
NÃO TENHA MEDO DOS ERROS
Uma
coisa que a gente aprende rapidinho é que a maternidade é feita de cagadas
(literais e figurativas). Então encare cada erro de frente. Olhe-o nos olhos, entenda-o, abrace-o, faça as pazes
e passeie de mãos dadas no parque com ele. Depois mande beijinhos e se despeça,
sabendo que você não vai cometer aquele mesmo erro de novo porque foi capaz de
aprender com ele.
SEJA PRÓXIMA DO SEU FILHO
Cuidado
para não ser atropelada pelo trem desgovernado da vida de mãe. É preciso
lembrar de olhar de perto para os filhos, com calma, com afeto e com interesse,
sabendo falar e ouvir. Descer do pedestal da autoridade materna e assumir as
próprias inseguranças e dúvidas diante de um filho ajuda a construir uma
relação de cumplicidade e proximidade - meio caminho andado para uma
maternidade mais tranquila a longo prazo.
NÃO SE COBRE ALÉM DA CONTA
Antes
de ser mãe de fato eu fui uma mãe teórica impecável. Eu tinha certeza que
saberia como agir em todas as situações desafiadoras da maternidade (pausa para
as gargalhadas). O que eu não sabia é que, quando fosse pra valer, eu seria
sabotada pela emoção. Então dei tchau para a mãe teórica e oi para o mundo
real, onde nem sempre tenho estrutura emocional (leia-se: paciência, firmeza,
coerência, disciplina) para ser “a melhor mãe que posso ser”. Posso confessar
aqui que foi libertador? Pois foi! Então chute para longe a mãe perfeita dos
seus sonhos, se ela te oprime. Pode errar, ter preguiça ou ficar de saco cheio
sem precisa se martirizar por isso. Assumir que temos limites pode até
desmontar a figura da mãe perfeita, mas fortalece a da mãe humana, que é muito
mais interessante.
NÃO TENHA PREGUIÇA DE PENSAR
Já
fui aquela mãe que procura informações apenas para legitimar suas decisões. Eu
me apegava às minhas convicções e descartava tudo o que ameaçasse a segurança
(falsíssima) de estar fazendo o melhor. Até que a blogosfera materna entrou
minha rotina e eu percebi como era bom abandonar preconceitos e me dispor a
ouvir opiniões diferentes. Então, ao buscar informações, esteja verdadeiramente
aberta para todas as perspectivas. E não tenha medo de mudar de idéia pelo
caminho!
ACREDITE NA AUTONOMIA DOS SEUS FILHOS
Crianças
podem se divertir mais com caixas e embalagens coloridas do que com o que veio
dentro delas. Criam histórias maluquíssimas. São plenamente capazes de lidar
com conflitos, se refazer de tombos ou inventar o que fazer – é só não haver um
adulto à disposição para resolver tudo por elas. As lições que eu tiro disso
são: observar mais, intervir menos, deixá-los mais livres do que me seria
natural. Meus filhos têm bem mais autonomia do que eu imagino.
PRATIQUE A MATERNIDADE SEGURA
Dê
férias para o tomara-que-caia, o biquíni de lacinho, a saia envelope. Que mãe
consegue relaxar estando a uma puxadinha da exibição involuntária de suas
partes privadas na festinha do amigo ou na porta da escola?(Vale até o filho
completar 8 anos, depois disso tá liberado. Ou não?)
NÃO PERCA A CHANCE DE GARGALHAR
Filhos
são uma fonte deliciosamente inesgotável de gargalhadas, aproveite! Cultive o
humor dentro de casa: conversem muito, observe os diálogos entre as crianças,
valorize o senso de humor, seja ridícula, ria de si mesma, riam juntos. (Só
cuidado para não estimular o humor depreciativo, aquele que magoa, desrespeita,
aponta o dedo para o outro. Frase clássica aqui em casa: “só é engraçado se todos estão rindo”.)
NÃO CRIE EXPECTATIVAS EXAGERADAS EM TORNO
DA MATERNIDADE
Ligue
a TV. Tá vendo aquela mãe sorridente, bem penteada e de roupas brancas que diz
que a vida é uma loucura enquanto arruma uma casa impecavelmente limpa? Pois
deixa eu te contar um segredo: ela é atriz, é bem mais jovem do que finge ser e
provavelmente não tem filhos. E essa serenidade inabalável que ela esfrega na
nossa cara é uma grandessíssima mentira. Então vamos abandonar as projeções de
maternidade inatingível e botar os pezinhos aqui na Terra, onde a casa está
bagunçada, vivemos descabeladas e as roupas brancas (opa, que roupas brancas?
Você não tem mais nenhuma!) têm manchas de molho à bolonhesa.
INSPIRA, EXPIRA, ACREDITA E VAI!
Perdão
pela obviedade, mas: relaxe! Não queira controlar tudo, porque a vida é uma
danadinha imprevisível e vai te passar várias rasteiras pelo caminho. Pare de
olhar para os lados e se comparar com outra mães. Não se ofenda se as escolhas
delas são diferentes das suas. Não dê muito valor para mães pitaqueiras e suas
dicas cheias de imperativos (ops!). Respeite o tempo do seu filho e a criança
que ele é. E respeite igualmente o seu tempo e a mulher que você é.