domingo, 30 de novembro de 2008

:: Ni qui que a febre foi indo, nóis fumo ficando...


A médica aconselhou que a gente esperasse a Alice melhorar antes de enfrentar o vôo de volta. Cancelei a viagem, que seria sexta, e fiquei esperando pra ver como a febre ia evoluir. Nem manchas vermelhas nem nada: ela foi-se como veio, e o único sinal de que um dia houve alguma coisa é o nariz da Alice escorrendo feito as Cataratas do Iguaçu. Foi uma gripe, nada mais do que isso. A moçoila já está toda lépida e faceira, se jogando nas pessoas e exigindo caminhadas pelo jardim. Ei-la:

 
Rainha da Laje 2008


De qualquer maneira, remarquei as passagens pro fim de semana que vem. Portanto, vou me jogar no Cinematerna de terça! Se não chegar pro filme, chego pra cafezinho pós-sessão (juro, juro!). 

Vamos?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

:: Notícias


Alice tá bem. Depois de uma assustadora febre de 40.8 ontem - na sala de espera da pediatra, graças! -, ela acordou bem melhor hoje. Realmente, só a Novalgina resolveu quando a febre ficou braba, e isso me lembrou o pequeno causo (real) da mulher que dizia que pra febre o melhor era TOMAR NAVAGINA, haha! 

Hoje ela ficou sem febre o dia todo, sem remédio. Continua sem querer comer e com os olhinhos derrubados, mas o humor melhorou consideravelmente e ela voltou a andar lépida pela casa. Tá com cara de alguma virose maluca (parece a tal roséola, Tatá. Vou ver se ela aparece pintada de vermelho amanhã...), e acho que o pior já passou. Ela tá em observação e devemos passar na pediatra de novo essa semana.

Enfim: sobreviveremos, ambas. Obrigada pela preocupação, meninas! Ainda quero combinar um encontro bloguístico, me aguardem...


terça-feira, 25 de novembro de 2008

:: Cineminha cancelado!


Queridas, a missão Cinematerna + cafezinho de hoje terá que ser abortada, infelizmente.

Alice começou com uma febre alta no domingo à noite e não melhorou até agora. Tá aqui derrubadinha, coitada! Pelo jeito é uma virose, mas vou levar na médica hoje, porque os remédios já não tão baixando a febre como deveriam e ontem, duas horas depois do Tylenol, ela chegou a 39,6 - praticamente dava pra fritar um ovo na testa dela, oh god! Melhor ver logo o que é isso, até porque a gente volta pra Paris na sexta e ela precisa estar tinindo até lá.

Se tudo der certo, tento jogar o nosso encontro mais pro fim da semana, ok?

Beijos!

domingo, 23 de novembro de 2008

:: Na chincha


Meninas, tô em SP até sexta, e facinho facinho. Quem me quer?

Quero ir no Cinematerna, e se der marcar alguma outra coisa pra conhecer as amigas virtuais - porque o virtual me dá aflição, sou super pela vida real!

Quem se habilitar me manda um email pra gente combinar, tá?

Beijos e até!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

:: Terror a bordo


Daí que eu peguei a Alice, me enfiei num avião e vim dar em São Paulo, conforme contei aqui.

E a Flavia pediu dicas para viajar de avião com um bebê sem morrer no processo. Eu também quero as dicas, por favor. Porque eu não morri, mas cheguei a pensar que não seria assim de todo mal bater as botas lá em cima quase. A viagem foi uma pequena amostra do que deve ser o inferno. 

Começou no aeroporto. Alguém aqui já tentou levar um carrinho de bebê e:

a) empurrar junto o carrinho das malas?
b) subir escadas?  
c) fazer xixi? 

A coisa mais simples vira missão impossível quando se tem um bebê e nenhuma ajuda. Baita perrengue, não tem fila preferencial que compense - e olha que fila preferencial compensa quase tudo nessa vida.

Bom, e aí o vôo. Sentei na janelinha, sapequei Dramin na pequena e rezei, rezei muito - e nem religiosa eu sou. Rezei pra Alice dormir a viagem toda, pra cadeira do lado estar vazia e pro avião não explodir em nenhum momento. Nessa ordem. 

Sentou-se uma garotinha boliviana de uns 10 anos do meu lado. A sorte é que ela era fofa e não reclamou de nada, nunca. O azar é que, por ser fofa e não reclamar de  nada, ela não pediu pra trocar de assento - e tinha um lugar vago logo ali pertinho. Mas não, ela ficou ali sentadinha do meu lado, e dormiu loucamente a viagem inteira, uma coisa admirável dadas as circustâncias.

Porque eu pedi um bercinho pra Alice. E o berço fica pregado na parede, entre as duas poltronas, a 2 palmos dos narizes de quem está sentado. Portanto ele te impede de abrir a bandeja, levantar a tv, abaixar para pegar uma coisa caída no chão. E, se você está na janela, ele te impede de levantar e passar. Pra sair é preciso escorregar da cadeira e ir engatinhando até o corredor, passando por cima dos pés do seu vizinho, a cara e dignidade coladas no chão de carpetinho azul. 

Até esse ponto eu ainda acreditava, tadinha, que o meu maior problema era ter que rastejar pateticamente e ficar sem filminho por 12 horas. Mas foi pior, muito pior. Eu teria que escrever um texto do tamanho d'Os Lusíadas para dar conta de tudo, mas vou resumir assim: vôo noturno, uma mãe sozinha, uma criança insone, um berço atravancando os movimentos, um copo de suco entornado, um dedo cortado e muitos choques nos cobertores sintéticos, os cabelos estalando por causa da eletricidade estática. As pessoas passavam por mim e quase choravam de pena, e eu quase chorava de auto-pena, e Alice chorava sem pena de ninguém, enfim, um triste espetáculo. 

E semana que vem ainda tem a volta, oh God!!!


***


Bom, exercitando meu lado Pollyanna Moça, vou buscar algo de bom nessa história toda e tentar tirar dessa traumática experiência algumas lições.

Acho que a grande dica é: não viaje sozinha com um bebê, ponto. Se essa dica for seguida, praticamente todo o resto é dispensável. Mas como nem sempre é possível, eis algumas medidas que podem aliviar a situação:


NO AEROPORTO


1. Você vai estar com um carrinho de bebê, então libere as mãos como for possível. O melhor é tentar despachar tudo e ficar só uma mochila, que seja ao mesmo tempo sua bolsa e a sacola do bebê. Quanto menos tralha pra carregar, melhor.

2. Fila prioritária, sempre. É um direito e você merece, amiga! Se joga! 

3. Aproveite que mães e bebês despertam a simpatia dos passantes e peça ajuda, sem pudor. Tem coisas que você realmente não vai conseguir fazer sozinha.

4. Menor de idade viajando com um dos pais precisa da autorização do outro, reconhecida em cartório, com foto do menor, blá-blá-blá. Se informe pra não correr o risco de perder a viagem - mesmo que ninguém nunca peça o tal documento.

5. O freeshop é uma tentação e um problema. Comprando no embarque, você se enche de coisas pra carregar. No desembarque, além da exaustão, você tem um carrinho de malas pra empurrar junto com o carrinho de bebê, e o carrinho precisa ser deixado na entrada. Então você pegaria fila pra deixar, e fila no caixa, e fila pra retirar, e são 6 da manhã, você quer fazer xixi, sua mãe tá te esperando lá fora desde as 4h30, dá preguiça, e aí já era: você desencana e seus entes queridos ficam sem chocolatinhos nem maquiagens incríveis da MAC (sorry, Mel!). Comprar presentinhos antes e evitar o freeshop me parece uma boa idéia, por mais doloroso que possa ser. 


NO AVIÃO


1. Monte um kit de sobrevivência na selva: lenços de papel, lencinhos úmidos pra limpar sujeiras mais grudentas, saquinhos pra juntar lixo, e tudo o que possa servir pra distrair/acalmar o pequeno monstrinho gritalhão: brinquedos, livrinhos, pão, biscoitos, etc (eu apelei e levei chocolate, o que me rendeu bons minutos de silêncio, apesar da lambança).

2. Farmacinha: Valium Dramin ou algum outro remedinho pra chumbar o bebê (receitado pelo pediatra, ok? ), mais reza braba pra ele funcionar. Arsenal anti-ressecamento: soro fisiológico pro nariz (tipo Sorine ou Salsep), manteiga de cacau, hidratante pro rosto, mãos, etc. Uma garrafinha de água vai bem – mas com moderação, cuidado com o xixi! Se você for desastrada como eu, band-aid é uma boa também.

3. Kit básico: fraldas, leite, jantar, aquela coisa toda que vocês estão cansadas de saber. Acho que dá pra pedir comida de bebê, mas nunca tentei. Chequem com a companhia aérea na hora de comprar as passagens.

4. Se você pedir o berço (também com antecedência, na compra da passagem), lembre-se que não vai consegui sair facilmente da poltrona. Portanto, cuidado para não guardar no bagageiro o que for usar durante o vôo. Melhor deixar a mala no chão e manter tudo ao alcance das mãos.

5. Pela mesma razão, as idas ao banheiro são complicadíssimas. Não exagere em água, sucos e afins.

6. Melhor ainda: faça uma cara meiga e sofredora e implore pros comissários tentarem manter o assento ao seu lado vazio. Isso resolveria boa parte do problema de mobilidade e espaço. Ensinar seu bebê a mandar beijinho pra eles pode ajudar bastante.

7. Faça um amigo! Ele vai ser importante na hora de te ajudar com a bandeja, pegar chupetas caídas, olhar o anjinho enquanto você faz xixi, te ajudar com as malas no desembarque. Para isso, ensine seu bebê a mandar beijinho, etc etc.

8. Acho que toda mãe sabe, mas não custa repetir: o ideal é o bebê mamar na subida e na descida, pra aliviar a pressão nos ouvidos.

9 - Antes da dica, uma historinha: lá pelas 3 da manhã, no auge da fúria da Alice, veio um comissário ver o que estava acontecendo, com um olhar que era um misto de pena com "faça alguma coisa, os outros passageiros estão reclamando" - ele não ousou dizer mas estava na cara dele que essa era a questão. Então essa dica não vai para as mães, mas para o resto do mundo: amigos, reclamar porque um bebê está chorando no avião o cúmulo da deselegância. Ele não está chorando porque a mãe quer, e tenham certeza absoluta que ela, mais do que ninguém, está DESESPERADA e fazendo de TUDO pra ele parar. Então poupem a pobre de olhares e resmungos. Podem ter raiva e xingar pra dentro, mas tenham a fineza de não externalizar a coisa. Sério. Não sejam mais um tormento pra essa pobre alma. 


É isso, amigas. Se tudo der errado, se alegrem e pensem que pelo menos o avião não explodiu.



terça-feira, 18 de novembro de 2008

:: Em São Paulo


E com sono. Preciso ir dormir A-G-O-R-A, e não são nem 9 da noite - imaginem só como foi o nosso vôo.

Só digo o seguinte: perdi a minha fé no Dramin.

Depois eu volto aqui pra contar, se o trauma não tiver deletado a noite de ontem da minha memória...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

:: Casper, the friendly ghost


Bebês, como os cachorros, vêem coisas que não estão ali. Em casa é assim: o Chicão late pro nada, a Lana se arrepia olhando um canto vazio e Alice ri às gargalhadas para um quadro na parede.


Eu achei bonitinho no começo. Era fofo vê-la rindo e agitando bracinhos pra um pôster do Matisse, eu olhava embevecida e pensava, tão pequena e já desenvolveu todo um apuro artístico. Acontece que a reação foi ficando um pouco exagerada. Não eram apenas sorrisos, eram espasmos de graça. Súbitos. Ela parava tudo, olhava atenta e QUÁ-QUÁ-QUÁ!, assim, sem mais nem menos. Então eu comecei a ficar com medinho. Porque aquilo não era observação, aquilo era interação. Alice definitivamente via alguma coisa ali. Ou tinha alguém/algo circulando pela casa, ou minha filha tem uma psicose criatividade galopante.


Aqui em Paris a coisa deu uma sossegada, e quando eu já respirava aliviada por não termos alugado um apartamento poltergeist (já ouvi histórias pavorosas a respeito...), tomo outro susto. Alice tá nessa fase bonitinha de oferecer a comida dela pra todos à mesa, e outro dia foi assim: colherada pra papai, colherada pra mamãe, e colherada pra um lugar vazio na ponta da mesa. Arrepios.


E aí tem a babá eletrônica. Eu tenho a fantasia sinistra de que um dia vou ouvir as vozes dos amigos imaginários (ou não?) da Alice pela babá eletrônica. Morro de medo. Quando estou sozinha com ela, deixo o radinho beeeem baixinho por medo de ouvir COISAS no quarto dela. 


Agora me diz: pode uma mãe ser banana desse jeito? Imagina a minha autoridade pra dizer "tá tudo bem, filha!" quando ela vier pra minha cama no meio da noite, com medo de alguma coisa? Tudo bem nada, vamos é pular as duas debaixo das cobertas e agarrar muito o Carlos. Porque alguém tem que ser mãe numa horas dessa - e eu definitivamente não me qualifico.



terça-feira, 11 de novembro de 2008

::Dos diários de gravidez


São tantas barrigudas por aqui que tá me dando uma saudade louca da gravidez...

Segue um texto de abril/07, quando eu estava grávida de 5 meses. 


(RECICLO MESMO, RÁ!)



E lá vem ele, minha gente! 

O meu umbigo. 

Ele, que levava uma vida reclusa, que sempre foi discreto e introvertido, anda agora todo aparecido.

Primeiro ele laceou. Virou uma cratera enorme no meio da minha pança, e poderia facilmente abrigar uma bola de gude, ou até duas.

E agora ele está emergindo. Pela primeira vez na vida eu posso enxergar o assoalho do meu umbigo, visão inédita e perturbadora para a qual eu não estava preparada, definitivamente.

Imagino que pra ele pular pra fora feito pipoca seja questão de poucos dias.



(Em tempo: ele não pulou pra fora. Mas ficou totalmente plano, niveladinho com o resto da barriga, o que foi beeem estranho também...)

(Em tempo 2: ando sem tempo pra escrever, alguém notou? Então todo mundo cruzando dedinhos pra Alice amaaaar a escolinha na nossa próxima tentativa, hein?)


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

:: Fotos do quarto


Não consegui tirar um boa foto do quarto parisiense da Alice. Os dias não andam muito claros, e a luz natural não tá dando conta. Então vou publicar as fotos ruins mesmo, com uma luz tosca, só pra vocês terem uma idéia e verem as tais bolotas adesivas. 

(O lustre é uó. Desconsiderem, please.)




quarta-feira, 5 de novembro de 2008

:: Quartos


Ritinha grávida está impossível. A gente não consegue mais passar dois dias sem fazer um contato pra falar de assuntos bebezentos. Outro dia ela me mandou um email pra contar que leu umas revistas de decoração de quarto de bebê e ficou tensa, porque nada fazia o estilo dela. Ficou aflita pensando na decoração - justo ela, arquiteta e "bonequeira" de primeira. Aposto que vai fazer o quarto mais incrível pro feijãozinho dela, e com o pé nas costas!

Eu também não gosto muito desses quartos de revista, em geral muito rebuscados pro meu gosto. Queria fazer pra Alice um quarto colorido, alegre e leve - sem tecidos, cortinas, tapetes, bordados e etc. Em  São Paulo, resolvemos com móveis de madeira em cor natural, prateleirinhas brancas com detalhes coloridos, um móbile de peixes e quadros legais nas paredes. Simples assim.

Aqui em Paris, a Alice ficou com o quarto de hóspedes, que era escuro, pesadão. Tirei tudo o que dava e fomos atrás de detalhezinhos pra deixar com cara de quarto de criança. E descobri minha nova paixão: adesivos de parede. São lindos, coloridos, baratinhos e saem fácil - perfeitos pra quem vai ficar pouco tempo e não pode mexer demais no apartamento alugado. Então a gente encheu uma parede de adesivos de bolas, jogou uma colcha coloridona na cama de hóspedes e comprou uma estantezinha branca e caixotes que se encaixam nela, pra jogar toda a baguncinha da Alice ali dentro. Fizemos uma mistura de estampas - bolas, listras, flores, tudo bem colorido. Só com isso o quarto já ganhou outro clima, ficou muito mais leve. Simples e barato. Perfeito pra passar o ano - e fácil de despachar pra São Paulo na volta! 


Essa foi nossa solução rápida, pra um quarto "provisório". Pra quem quiser algo mais elaborado e diferente do que se vê por aí, repasso uma dica incrível da Gi: o site www.ohdeedoh.com. Na seção "nursery tour" tem uns quartos sensacionais, dá pra pegar um monte de idéias bacanas. Aliás, o site inteiro merece ser olhado, pra quem gosta de decoração é uma diversão!

Alguns quarto que eu achei fofos:









(Eu ia postar umas fotos toscas do quarto da Alice, mas depois dessas me deu vergonha. Vou tirar umas melhores e depois coloco aqui, ok?)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

:: Olha mãe, sem as mãos!



Alice aprendeu a ficar de pé! Mas tem o seguinte: só funciona de boca aberta.

(Ela de pé, e o vídeo deitado. Ê mãe burra...)





segunda-feira, 3 de novembro de 2008

:: Medinho inconfesso 2


Continuando o post abaixo (após uma pausa dramática picareta): o papo não terminou ali, claro. A conversa seguiu tranquilizadora. Doutor me explicou que faz-se uma lavagenzinha básica pra evitar acidentes, e assunto resolvido. E ainda disse que, de qualquer maneira, na hora isso não tem a menor importância. Como assim, doutor??? Como não tem importância eu fazer cocô na frente do meu marido - e da filmadora do meu marido - num momento sublime como esse? Corta clima total, não pode. Vamos caprichar nessa lavagem, ok?

Então, no dia do parto, rolou a tal lavagem - que na verdade é um supositório laxante que dá uma descarregada geral, a gente fica limpinha e pronta pra ir à luta, sem medo de expelir nada além do nosso bebê fofinho. Só que o meu parto acabou sendo meio rápido e o laxante não tinha acabado de cumprir sua função. Digamos que 90% do assunto estava resolvido, mas os 10% restantes deram as caras naquele empurra-empurra todo. Na frente do Carlos, da câmera e de quem mais quisesse ver, a sala do parto estava uma verdadeira festa. Céus! Meu pesadelo escatológico se concretizou!

E, quer saber? Caguei, literalmente (dúvida: posso falar palavrão nesse blog?). Doutor tinha razão: realmente, não fez A MENOR DIFERENÇA. Juro. Na hora é só um detalhe, tão pequeno e tão bobo perto de tudo que está acontecendo que a gente mal se dá conta - até porque as enfermeiras ficam ali de butuca e dão sumiço na prova do crime rapidinho. Acho que meu marido, que estava na sala o tempo todo, nem ficou sabendo do ocorrido (vai saber agora, oh god!). E o vídeo do parto não dá bandeira nenhuma. A verdade é que se eu não estivesse, nesse exato momento, lançando no infinito universo on-line que eu fiz cocô no parto, ninguém ficaria sabendo. Haha.

Pois eu fiz - pronto, falei. E tô aqui, toda pomposa. Alice tá aqui, toda linda. Meu marido continua me amando, e meu médico continua me aceitando como paciente, e tá tudo muito bem. Passei pela experiênca que julgava ser a mais desmoralizante possível em uma vida humana e a conseqüência foi zero. 


Acho que a moral da história é que depois de virar mãe a gente relativiza a importância das coisas e o nosso limite do que é moralmente aceitável fica muito mais flexível. Ser mãe te joga imediatamente num patamar superior, divino e acima do bem e do mal, em que esse tipo de preocupação vira uma futilidade pequena e mundana. Resumindo: mãe pode. 

Ou:

Ser mãe te joga, sem pára-quedas, no universo das nojeiras, num mundo de cocô e baba e regurgitos que vêm sem aviso nas horas e locais mais inapropriados, de modo que fazer cocô no parto é apenas um pequeno ritual de boas vindas que diz: olá, agora você é mamãe, bem vinda, e trate já de limpar essa sujeira!



Escolham a linha filosófica que mais lhes aprouver.


 
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