quinta-feira, 29 de setembro de 2011

:: Home office, dia 1


Daí que eu não vou ficar rica com o blog mesmo, então fui à luta (fui nada, mas eu tenho amigos que lembram de mim quando surge alguma coisa, yay!). Agora tenho um emprego até o Natal - fingindinho de jornalista, de novo.

Missão 1, entrar em contato com assessorias de imprensa - justo na semana em que eu resolvi me indispor com todas as assessorias de imprensa do mundo, notem. Inclusive, estou contatando os mesmos assessores que já me encheram tanto os pacovás por causa do blog... bad timing define?

Saldo do dia:

- mil planos delirantes para o dinheiro que vai entrar na minha conta no fim do mês

- 7 ligações interurbanas

- meia barra de chocolate

- meio pacote de bolachas maisena (mergulhadinhas em cappuccino, comme il faut!)

- zero cafungadas no pescoço do Lucas

- uma fugidinha pra levar Alice na escolinha de esportes (com direito a segurar lagriminhas, porque foi o primeiro dia e ela estava tão encantadora de uniforme!)

- expediente encurtado e pouco produtivo

- início de pânico

- sérias dúvidas quanto à validade de se trabalhar em home office


Tá fácil não, gente. Prevejo um recessozinho desse blog e da vida internética em geral. Ou não. Sei lá. Só sei que nada sei.

Bah, já volto.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

:: Um chiliquinho, um sorteio e uma promoção.


Ando cada vez mais bodeada com os emails "comerciais" que recebo por conta do blog.

Veja bem, anunciante: eu não vou fazer propaganda do seu produto de graça, principalmente se você for uma grande empresa ou, pasmem!, uma multinacional podre de rica. Pode me mandar sapatinhos, caixas de curativos, pode me afogar em latas de mingau infantil. Recebo o presente, agradeço, te dou um feedback de consumidora, se você quiser. Mas não me venha mendigar um post. Se você quer publicidade, pague - e pague bem. Post em troca de migalha não é parceria, é malandragem da braba. E você não precisa disso, né amigão?

Também não sou "editoria" de nada e dispenso sua sugestão de pauta e seus releases, tá, assessor de imprensa? Como bem disse a Line numa troca de emails que rolou dia desses: se você não trabalha de graça para o seu contratante, porque acha que a gente vai trabalhar de graça para você?

Agora, se você é uma mãe empreendedora que está começando um negócio, e me aborda de maneira simpática e personalizada (alô gente, se eu vou te fazer um favor, saber meu nome é o mínimo, vai?), a coisa é outra. Vamos conversar e pensar em como dá pra colocar sua marca aqui no blog, se for o caso. Mãe ajuda mãe, isso é uma lei fortíssima da natureza!

Por fim: publieditorias, não trabalhamos. Banner, podemos conversar. Sorteios e promoções, sou super a favor (mas às vezes eu esqueço combinados ou perco emails, então, se eu der um perdido em alguém, não é por mal, me escrevam de novo!).

***

Dito isso, vamos ao sorteio de hoje. Que faço com o maior prazer do mundo, porque é de uma marca amiga, de mães bacanas e trabalhadeiras, que fazem um produto de ótima qualidade. E que, diferente de muita multinacional por aí, estão dispostas a investir de verdade de acordo com a possibilidade que têm, oferecendo um sling para sorteio, outro para mim - que também sou filha de deus e tenho uma amigona grávida para presentear (tomara que ela não leia isso...) - e mais um descontão para os leitores.


Seja picareta sustentável: recicle um banner!


A Lilith (que já apareceu por aqui, lembram?) voltou a oferecer um pouch sling para sorteio e 20% de desconto para os leitores nas compras feitas pelo site até o fim de novembro. É só avisar que chegaram ali pelo Pequeno Guia e pronto, desconto garantido!


(Deram um pau na sua caixinha de curativos, hein, multinacional muquirana?)






O sling será escolhido pelo sorteado, esses aí em cima são apenas alguns exemplos de modelos disponíveis. Todos são lindinhos, coloridos e dupla-face - além de duplicarem as possibilidades estéticas, eles têm costuras embutidas que não futucam o bebê!

Pra participar, é só preencher os campos abaixo. Uma inscrição por pessoa, e o endereço para a entrega tem que ser no Brasil, ok?

(Ah, e o e-mail é apenas para avisar o vencedor, ele não será passado adiante, prometo!)

Resultado na segunda-feira, dia 3/10 (e acabo de me dar conta que semana que vem é meu aniversário, céus!)


Boa sorte!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

:: Das lindas festas que eu não sei fazer


Eu tenho umas invejinhas feias dentro de mim.

Invejo gente corajosa, invejo gente que sobe em palco ou fala em público, invejo gente disciplinada, organizada, que acorda cedo e que gosta de esportes.

Invejo mães com talentos manuais. Essas mães que dobram uma folha de jornal, picotam com um cortador de unha e quando abrem lá está uma mandala multicolorida, sabe como?

E ainda por cima a blogosfera decidiu sapatear nas minhas fuças e exibir todo um talento festivo, de modo que minha nova modalidade de inveja mira as mães que produzem festas de aniversário. Mães que são doceiras de mão cheia, que fazem máscaras de bichos, que costuram bandeirinhas, inventam dedoches, organizam piquenique, montam uma árvore de fotos para decorar a mesa e botam o pai da criança pra ser palhaço. Invejo, invejo, invejo. Banhem-se com sal grosso, suas habilidosas!

(E a Re que tem a sua própria empresa de festas, a Lollis? Muito orgulho! Eu soube disso no dia seguinte de ter contratado o bufê, vejam só os desencontros dessa vida...)

Por aqui falta talento. Eu sou o tipo de pessoa que, se for tentar amarrar um simples saquinho de biscoitos com uma fitinha, o laço vai sair torto, manco e desbeiçado. E depois eu ainda vou perceber que esqueci de botar os biscoitos dentro do saco...

***

Bom, aí Alice e Lucas fazem aniversário no mesmo mês, agosto. E eu acho ótimo, porque as festas vão ser sempre unificadas - metade do trabalho, ufa! Pra uma mãe sem talento nem criatividade mas com muuuita implicância estética, é um alívio diminuir as ocasiões em que ela vai sonhar alto e realizar baixo, certo?

Mas até hoje Alice nunca teve uma festa muito caprichada.

No primeiro aniversário, tínhamos acabado de mudar para Paris: fizemos um bolinho (francês e chiquésimo, vá lá...) para mãe, pai, tio e avó, e fim.

No segundo aniversário, tínhamos acabado de voltar de Paris: bolinho para a família, no quintal de casa, sem grandes produções.

No terceiro aniversário, eu tinha acabado de parir o Lucas: bolinho para a família, idem segundo aniversário, com a agravante que a mãe sumia de tempos em tempos pra dar de mamar ou acudir o bebê.

Enfim, Alice é uma azarada, coitada. Seus aniversários sempre foram em momentos atrapalhados da vida. Suas festas, sempre no esquema "só um bolinho" (em geral eram bolões, pelo menos), cheias de adultos e sem nenhum glamour infantil.

Não foi só um bolinho, vejam bem. Foi um bolinho, uns brigadeiros, cinco bexigas e uma foto desfocada...

Quando ela começou a frequentar festas dos amigos da escola, cheias de atrações e enfeites e lembrancinhas, pirou. Dava para ver que ela ficava absolutamente encantada com aquilo. Fiquei mal, culpada, com vontade de dar pra ela uma festona bem cheia de firulas. Mané festa conjunta, né? Deixa a menina ter uma festa só dela, pô!

Agora é a hora. Como o Lucão ainda não entende picas o que é festa de aniversário, ele pode esperar. Fizemos pra ele o tal bolinho pra família, e depois, foco total na mocinha. Esse ano ela vai ter a festa que nunca teve!

***

Agora junte a ambição de uma festona, uma mãe desprovida de talento e a louca da casa nova, e o que acontece?

Bufê infantil.

Eu tinha jurado para mim mesma que nunca faria festa de filho em bufê infantil. Não gosto, acho cafona, acho impessoal, acho caro, e eles te obrigar a escolher temas em um "cardápio" lotado de personagens de desenho animado. Tudo que eu nunca quis fazer. Mas eis que a casa é nova e me faltou coragem para botar 30 crianças correndo por aqui e esfregando brigadeiro no meu sofá novo. Um dia vou estar pronta, evoluir, desapegar dessa bobagem mundana que é ter uma casa limpinha. Mas não vai ser esse ano, fato. Então, bufê it is.

Problema 1: esses bufês são inacreditavelmente concorridos, conseguir um horário bom é tipo querer casar na igreja N. Sra. do Brasil em maio. Precisa de muuuita antecedência. De modo que minha filha fez aniversário em agosto e vai ter sua festinha em outubro, nhé. Lado bom: ela ganhou mais um "bolinho para a família" no dia certo, e ainda vai ter a festona. Comemoração dupla!

Problema 2, a cafonice inerente: até que dá pra fugir. Busquei "bufê infantil alternativo" no google e descobri lugares um pouco mais rústicos, sem brinquedos eletrônicos nem decoração de gosto duvidoso. Alguns lugares têm uma pegada de quintal, com jabuticabeiras, brinquedões, gramado, piquenique... achei essa proposta bem mais interessante.

Problema 3, os temas: aí não tem muito jeito, a decoração da festa tá incluída no preço. Se eu quisesse dispensar e contratar uma outra equipe para cuidar disso, teria um desconto minúsculo. Pagar uma cacetada no bufê e MAIS a decoração seria inviável. Paciência. As opções são aquelas velhas conhecidas: muito e.v.a. e muito arco de balão (bonito, né Lu?), painéis mal pintados, muita Disney, muito Discovery Kids. Fiz uma pré-seleção com os mais razoáveis e Alice escolheu - contentíssima, óbvio. Eu sempre caio em uma armadilha que me atrapalha muito a vida: sou muito tensa com essa coisa de apuro estético, a ponto de esquecer que a minha filha tem só 4 anos. Meio cedo pra grandes sofisticações, né? Deixa a menina ser feliz com as princesas, o cor de rosa e as lantejoulas, tem muito tempo ainda pra ela apurar o gosto. Importante é dar outras referências, cercá-la de coisas bacanas, e relaxar. Senso estético é algo a ser desenvolvido a longo prazo. Essa fixação princesística rosística vai passar, e ter uma festa toda fabricadinha da Hello Kitty aos 4 anos vai fazê-la MUITO feliz agora e deixar NADA de sequelas futuras, oxalá.

Problema 4, o preço: é caaaaro. Não tenho idéia de quanto sairia uma festa caseira, mas deve ser bem menos. Eu pesquisei, vi coisas que iam de caro a estupidamente caro, e decidi pelo que o nosso orçamento permitia, dentro do padrão de qualidade que fazíamos questão. Se é pra ser uma vez na vida, ok, topamos pagar o preço. Mas festinha em bufê todo ano é uma coisa absolutamente fora de questão... desapegar da casa nova djá, Mariana!


Tendo me resolvido com os problemas, me apeguei às soluções: o bufê resolve tudo. Comida, bebida, bolo, atividades, monitores, decoração, convite, arrumação, limpeza. Não sobra nadinha pra mãe se preocupar. Assim eu tenho menos chance de botar minha inabilidade à prova e contranger a minha filha com convites mal desenhados, brigadeiros empelotados ou um painel fotográfico que desmorone na cabeça dela na hora do parabéns.

***

Mentira, eu ainda posso estragar t-u-d-o, porque faltam as maledetas lembrancinhas! Céus!

Gente, sério: tem que ter lembrancinha? Festa sem lembrancinhas é um fiasco? Parecerei muquirana se, ops!, "esquecer" das lembrancinhas?

Pronto, lá vai a mãe desprovida de talento mas cheia de implicância estética tentar resolver essa questão. Sou muito fresca e "alternativa" (cof cof) para ir comprar mil cacarecos na 25 de março, mas muito incompetente para criar/produzir/embalar lembrancinhas feitas em casa.

E agora, moças talentosas da blogosfera afora? Quem me dá (ou vende, ou aluga) uma boa ideia?

(Valendo uma mandala de jornal feita por minha própria pessoa que eu faço q-u-e-s-t-ã-o de mandar de presente, rá!)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

:: Ainda sobre parto - perguntas e considerações

Me perguntaram onde foi o parto do Lucas, como foi isso da Alice assistir. Tive o Lucas no Einstein e a Alice no São Luiz. Em ambos, pedi as salas de parto humanizado (que por incrível que pareça não são tão requisitadas como eu imaginava, já que a maioria das mulheres prefere ir direto para a cesárea). Nos dois partos entrou na sala quem eu quis, sem taxas de acompanhantes ou exigência de roupinha especial. Mas eu não tenho muita clareza sobre as regras dos hospitais. Em uma visita ao Einstein eu perguntei sobre a entrada livre de visitas durante o parto, e o funcionário me olhou de olhos arregalados e disse que não podia - mas eu não sei se não podia de fato ou se ele é que achava a ideia absurda. Quando conversei sobre isso com meu médico, ele riu e disse: "relaxa, na hora a gente dá um jeito". E deu. A minha impressão é que a autoridade nesse sentido é o médico, ele apita mais que o hospital. Se o médico topar, ninguém se opõe. Não sei se isso se aplica sempre, não sei se o meu médico é que é muito bem relacionado nos dois hospitais, não sei como é no sistema público. Essa é a minha experiência, mas é bom lembrar que foram partos burguesinho e particulares, em maternidades cheias de salamaleques. Não dá pra generalizar, ok? Vale conversar com o seu obstetra antes e checar a possibilidade.

***

Lia levantou uma questão importante: é muito difícil conseguir um parto natural sem uma equipe especializada. Porque não é só uma questão de vontade, tem um apoio moral e físico ali na hora que é muito específico e absolutamente fundamental. O parto ser domiciliar também faz diferença: eu imagino que muitas mães que tiveram parto domiciliar, se estivesse em um hospital, com acesso a anestesia, teriam desistido e caído na cascata de interveções – com altíssimas chances de arrependimento e sensação de autosabotagem depois. Estar em casa meio que te força a ir adiante, é quase uma autosabotagem para evitar a autosabotagem. Quem preferir um parto natural hospitalar (eu seria desse time, não tenho a menor vontade de parir em casa. Nem vontade, nem coragem, nem roupa de cama ou camisolas suficientes para lidar com o mar de sangue...) precisa deixar muito claro para a equipe que precisa desse apoio para não desistir.

***

Uma vez Carol escreveu sobre o seu plano de parto e citou um tal parto “meio humanizado” que lhe foi sugerido (e que ela quis mandar pra a PQP, haha). Isso me marcou porque, confesso, eu vesti uma carapuça louca. Achei que um parto “meio humanizado” servia direitinho pra mim, considerando as limitações que eu sei que tenho. Eu bato os pés nas questões que acho mais importantes, mas aceito intervenções que, pra mim, valem a pena. Facilitam. Poupam. Trazem segurança.

Na minha ordem de prioridades, um pós-nascimento delicado é o mais importante, e dele faço questão: luz baixa, ambiente silencioso, colo imediato, mãe e filho grudados, a família ao lado, cordão que pára de pulsar antes de ser cortado, amamentação livre desde o primeiro momento. Tudo isso correu exatamente como eu esperava.

Quanto ao processo todo do parto, eu fiz concessões onde achei que dava, em nome de um conforto que considero importante. Entendi, na medida do possível para uma leiga, os riscos e benefícios implicados em cada etapa. Escolhi um parto normal hospitalar, topei algumas intervenções, expliquei para o obstetra o que esperava, o que aceitava, o que fazia questão em cada fase. E acho que tive um parto incrível. Acho que o Lucas chegou da forma mais respeitosa e tranquila, para ele e para mim, que eu consegui. Essa sou eu, bancando as escolhas que eu fiz.

Importante é poder escolher. E para isso, buscar informação. Só aí é que se pode de fato decidir - e não engolir decisão alheia. Isso feito, missão cumprida. Qualquer decisão tomada com consciência, com clareza dos motivos, deve ser respeitada. Seja pro lado que for.

- Tá, e onde posso onde buscar informações?

Primeiro a gente tem que se perguntar se quer mesmo se informar, ou se só quer legitimar uma decisão que já foi tomada - coisas completamente diferentes. Alguém com uma inclinação para o parto domiciliar vai gostar muito de ler uma turma mais "lado B": GAMA, Parto do Princípio, Mamíferas. Já quem chama essas moças de xiitas radicais vai descartar tudo o que for lido em um site desses, porque não lhes convém. Essas vão preferir fontes mais "oficiais", que estão por aí em sites de bebê, nas revistas, nos "manuais para grávidas", na boca da grande maioria dos médicos - opiniões que as radicais também vão descartar. Eu acho que as informações se complementam. Acho que o mais honesto é ler de tudo e aí filtrar, se identificar, fazer escolhas. Usar só um lado ou outro como referência mostra que a decisão já está tomada desde sempre, correto? Então pra quê perder tempo?

***

A gente vê debates muito apaixonados acerca dessa questão do partos. Muita gente é taxada de radical, mas são essas mulheres, as "radicais", que conseguem botar o assunto na roda e orientar uma infinidade de mulheres para um parto que faz toda a diferença para elas. Por outro lado, elas também causam toneladas de frustração. Elas são meio supermulheres, bancam o caminho mais difícil, se orgulham muito dele, volta e meia enfim o dedo na ferida de quem não banca (e, veja bem: só dói em quem TEM essa ferida, correto? Mulheres absolutamente bem resolvidas com seus partos não se afetariam nem precisariam se defender o tempo todo). Elas também botam a expectativa lá no alto. Falam de um parto ideal que, se não se concretizar perfeitamente, pode causa mais frustração. Enfim: militam por uma causa nobre e ajudam muita gente, mas quem encara essa causa como o único jeito de ser feliz no parto - ou como uma imposição, um julgamento, um dedo acusador na própria fuça - acaba se frustrando (e criando escudos, caíndo em negação, chamando pro pau...). É por isso que são tão amadas e tão odiadas - às vezes pela mesma pessoa, tipo eu, haha!

Como blogueira, leitora e conversadora empolgada sobre o assunto, eu tenho uma impressão: existe quem se posicione em um extremo ou outro, mas a maioria das pessoas anda ali pelo meio, vagando entre o fogo cruzado sem conseguir se identificar completamente com um lado ou outro. Então acho importante enfatizar isso: o meio do caminho existe. Existe sim o "meio humanizado" (que pode não ser inteiro humanizado, vá lá, mas está mais perto disso do que o parto normal cheio de intervenções, certo?). Existe um bocado de possibilidades entre o parto natureba na beira do rio e a cesárea eletiva. As pessoas são diferentes, os medos são diferentes, os limites são diferentes, os caminhos são muitos. Que a gente possa se orgulhar do caminho que escolheu e receber os nossos filhos do melhor jeito possível.

***

Mais divagações (porque eu amo esse assunto e posso falar por horas, notaram?), aqui.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

:: Relato de parto - Lucas


Pronto, eis o relato do nascimento do Lu. Com um ano e um mês de atraso... (e finalizado finalmente a pedido da Renatinha - tá segurando a mocinha aí, dona Rê?)


*AVISO:

MAY CONTAIN NUTS PALAVRAS DE BAIXO CALÃO*


(Marido acabou de me perguntar: "Legal, foi a Dercy que escreveu?", HAHAHAHA! Gente, ó: assim como mulher parindo fala palavrão, mulher lembrando do parto também fala, tá? Eu já editei, tirei alguns, deixei só o estritamente necessário, sem o qual a devida carga dramática não seria atingida. Pela sua compreensão, obrigada.)


Tudo começou numa noite de sexta, dia 29 de julho de 2010. Eu estava com 38 semanas e 5 dias. Comecei a sentir contrações bem frequentes, mas irregulares e fracas. Então me praparei pra parir sábado, domingo, segunda... e nada. Mais uma lição aprendida: o pródromo – início do trabalho de parto – pode durar dias. Ó, quem diria? E assim, entre contrações infinitas, indolores e improdutivas, fomos até a madrugada de quinta, dia 5/08.

Senti uma contração mais forte às 0h43. Fui fazer xixi e notei um sanguinho. Hum. Deitei, esperei um tico e pluft!, a bolsa rompeu às 0h45. Água, água, água. Banho rápido, pegar a mala e bora parir, Mariana! (Alice estava dormindo, e a gente já tinha um esquema pronto para o caso de ter que sair de madrugada: minha mãe viria pra casa para ficar com ela e de manhã a levaria na maternidade.)

Lá fomos nós.

(Pergunta: como uma fêmea lida com essa questão da água? Não há modess que resolva, gents! É um bo-ca-do de água vindo de tempos em tempos. Por sorte eu tinha cá comigo um pacote daquele absorvente-fraldão que se usa no pós-parto, que ganhei da minha cunhada. Não fossem os fraldões, eu e o carro teríamos chegado encharcados no hospital. Sem fraldão, comofaz?)

Chegamos na triagem perto das 2h: 2 pra 3 dedos de dilatação. Achei uma beleza, pois estava tendo contrações regulares há menos de duas horas (no parto da Alice foram nove até eu chegar nos 2 dedos).

Conseguimos a sala de parto humanizado - que é sala de parto e quarto ao mesmo tempo, tanto que me entoque ali, pari e só fui sair dias depois. Era um quarto espaçoso, com banheira, controle de luz e livre acesso para as visitas, como eu queria. Tentei dormir, mas não deu. As contrações estavam mais freqüentes e fortes, embora a dor fosse bem tranquila. Então fui andar pelos corredores e fazer exercícios na bola de pilates até a hora de acontecer alguma coisa.

Lá pelas 6h chegou meu obstetra. Toque: 4 dedos e colo alto e duro, o bebê lááá em cima. Saco. Ele recomendou ocitocina, pra acelerar. Olha, eu cheguei ali super “não interventiva”, querendo deixar rolar naturalmente, me programando pra segurar a anestesia ao máximo, aquela coisa toda. Mas confesso que na hora me bateu uma agonia de ficar ali esperando sei lá quantas horas o diacho do colo amolecer, considerando que eu:

a) estava com a bolsa rompida há algumas horas;

b) eram quase 7h da manhã, eu não tinha dormido picas e nem iria pelo próximo mês, no mínimo;

c) tive a mesma demora louca no primeiro parto.

Ok, ocitocina na veia, sem crise. Vamos em frente.

Chegou o anestesista, expliquei o que eu queria: uma anestesia leve, pra aliviar a dor sem imobilizar as pernas. E eu queria tomar só se a dor estivesse bem pesada, caso contrario dispensaria – gente, que orgulho falar isso em voz alta! Feita a pose de durona, eles saíram e fui pra banheira, ê delícia!

Banheira nessa hora é um espetáculo. Relaxante, quentinha e com um jato forte massageando a lomba - tudo o que eu queria naquela hora. Fiquei ali largadona um tempão. Esse parto vai ser baba, fichinha, mamão com açúcar, pensei com meus botões.

Foi ter esse singelo pensamento, e começou a doer PARA CARALEO.

Nesse ponto, as contrações vinham de 4 em 4 minutos e duravam uns 30 segundos. Vinham cada vez mais fortes e doloridas. Ok, se a dor vai ser por aí, nem fo-den-do. Que mané parto natureba nada, essa gente é looooouca, chamem o anestesista djá! Lá se foi minha coragem. Mas pelo menos eu consegui ter noção da dor, coisa que não tive no primeiro parto, pois pedi anestesia muito cedo. Vivi um pouco da experiência de ficar maluca de dor, não curti, muito obrigada, passo. Isso me fez ficar mais tranqüila com a minha decisão, em vez de ficar naquele “será que dava?” indefinido. Não, não dava. Sem crise (crise é uma escolha, né não? Eu acho.). Vamos em frente.

Saí da banheira e voltei para a bola. Rebola, pula, faz balancinho... nada de aliviar a dor. Anda. Senta. Procura posição. Cadê o anestesista, caceta???

O engraçadinho estava tomando um cafezinho sabe-se lá onde, e demorou uns 40 minutos pra chegar. Longuíssimos e desagradabilíssimos 40 minutos, diga-se de passagem. Doía muito, e não era nas costas, como eu esperava. Era na frente, provavelmente no colo do útero, que não cedia. Agarrei a mão do Carlos e apertei tanto, coitado. Aos maridos, a lição: nunca dêem a mão útil, prefiram sempre a canhota, porque nunca se sabe.

Novo toque: 6 cm de dilatação e colo ainda alto. Finalmente o anestesista apareceu. Nesse ponto eu suava de dor, sentia as costas pingando, ofendia geral, ria, resmungava, eu estava meio encapetada. A anestesia foi mais chatinha dessa vez porque a cada contração ele tinha que parar. E eu lá, suando & xingando, haha! Uma verdadeira lady. Mas sem crise: mulher parindo pode xingar, está no estatuto. Vamos em frente.

Quando a anestesia pegou foi aquela alegria. E aí eu vou ter que fazer justiça: eu amo anestesia. Se ainda tinha algumas dúvidas, ali, naquela hora, eu fiz as pazes com ela de vez. Porque ela me trouxe de volta o prazer do parto. Com a dor não tava legal, tava péssimo. Eu só queria que aquilo acabasse de uma vez – não era essa a lembrança que eu queria guardar, pô! Anestesia dada, eu pude curtir o momento.

** Alô leitor, estou dizendo que parto com anestesia é melhor? NÃÃÃO! Estou dizendo que EU preferi assim, pois EU sou uma bundona que não guenta, não topa, não quer sentir dor. Sigo pagando um pau federal para as bravas parideiras que enfrentam dor e medo em nome de um parto sem intervenção, que é INDISCUTIVELMENTE mais saudável. A questão é: eu banquei os riscos e malefícios da anestesia (pequenos, a meu ver) pelo conforto (absolutamente ENORME) que a anestesia me trouxe. Foi uma decisão egoísta? Sim. Pensei em mim mais do que no Lucas? Sim. Na balança do custo-benefício, achei que valeu a pena? Sim. Sou uma vaca? Hum, dúvidas... mas acho que não (até porque uma vaca teria o bezerrinho dela sem anestesia, certeza... hoho!). Enfim: o bebê é importante, mas eu também sou. Guardem as pedras até eu desenvolver esse raciocínio, porque ele é longo e vai ficar pra outro post, tá? **

A dose foi perfeita dessa vez: aliviou bem a dor mas não me "tirou" as pernas. Eu sentia, mexia, percebia as contrações e a pressão da descida do Lucas. Com isso fique bem mais conectada dessa vez, bem mais presente.

(No parto da Alice eu cometi dois erros crassos: pesei a mão na anestesia e fiquei focada em bobagens, tipo trilha sonora ou medo de fazer cocô. Então pluft!, pari Alice e eu mal me dei conta, concentrada que estava na música que tinha que ser perfeita. Fui idiota, perdi o momento total. Big mistake. Dessa vez resolvi focar no parto e nada mais, dane-se musiquinha e big dane-se cocô!)

Como o colo seguia alto a ordem era empurrar. Em geral isso só ocorre com dilatação completa, mas nesse caso empurrar faria a cabeça do Lucas forçar o colo pra baixo. Então eu fazia força junto com as contrações.

Lá pelas 8h30 minha mãe chegou trazendo a Alice. Mamãe aflita saiu da sala, mas Lili ficou, interessadíssima no processo (após um susto inicial: “pela xoxota???” Hahaha!). Senti com os dedos a cabecinha do Lucas coroando, e pude vê-la por um espelhinho de bolsa – moças, não esqueçam o espelhinho, sério, a visão é incrível! Eu estava super conectada, focada em cada contração, cafunezando o menino embutido nos intervalos (não imaginem a cena). Estava calma, presente, sem dor, sem ligar pra cocô, com Carlos e Alice ao meu lado, numa relax numa traquila numa boa. Parto delícia, tudo lindo.

Não foi feita episiotomia dessa vez, e tive uma laceração grau 1 (leve, que não chegou no músculo). Sinceramente? Com episio, com laceração, pra mim foi tudo a mesma merda. Os pontos doeram um bocado e atrapalharam minha vida por umas semanas. Depois passou. Eu devo ser mesmo bem fresquinha, porque tem muita gente que não sofre muito com esses pontos, mas pra mim é sempre a pior parte, de longe.

Luquinhas deu as caras às 10h45. Nasceu com 3,250kg, 49cm, apgar 10/10.

Veio direto para o meu colo, com a cara de bravo que lhe era peculiar. Diante do seu olhar emputecido, eu dei risada. Sei que é um momento sublime, transcendental, talvez eu devesse ter chorado de alegria ou me comovido ou entoado um mantra feito a Gisele, mas sei lá, quando um neném recém-nascido olha pra mãe que lhe pariu muito puto da vida é engraçado, vai? Ele ficou dengando ali no meu colo, ainda com o cordão, que só foi cortado depois de parar de pulsar. Saiu para os procedimentos de praxe - pesagem, limpezinha rápida, colírio, etc - voltou e se atracou no meu peito por 1 hora direto. Lá nas partes baixas toda uma ação se seguiu – expulsão da placenta, pontos e tal - mas eu nem tomei conhecimento, tão besta que estava com Luquinhas no colo. Também não percebi quando a sala foi sendo rearrumada para virar quarto, e logo as gentes queridas foram chegando para conhecer o pequeno.



Alice, no colo do pai, acompanhou tudo. Conversei com ela durante o processo, Carlos mostrava e explicava o que estava acontecendo, e a calma dele a deixou segura o tempo todo. Ela curtiu, não me pareceu impressionada em nenhum momento. Crianças têm essas saídas espertas para lidar com as coisas que não entendem, e a dela, pra processar aquele sangue todo, foi o famoso “ele nasceu com catchup na cabeça!”. Fico muito feliz que ela tenha participado, e acho que foi bem importante para ela também. Na escola vieram me perguntar se era verdade que ela tinha assistido ao parto, pois quando contou os adultos ficaram em dúvida se ela tinha mesmo visto ou só estava repetindo algo que ouviu. As reações são engraçadas, meio exageradas, como se fosse um grande absurdo. A gente não chegou a refletir muito sobre isso, não planejou nada - ela simplesmente chegou, foi pro colo do Carlos e viu tudo. Mas acho que foi o certo. Ela foi incluída em um momento decisivo da nossa família. E acho que vai crescer achando parto algo natural, e sem o medo que eu tive - desde sempre - de parir.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

:: "Ói nóis aqui traveis!"


Pelo titulo VINTAGE já dá pra imaginar...

A segunda parte do vídeo dos anos 80/90 já está no ar no MMqD!

Para assistir, CLICAQUI!

(Dizem as más línguas que superou a primeira parte. Será? Hein? Hein? Só vendo para saber...)

(isso NÃO é o vídeo, é uma foto do vídeo. E isso na mão da Carol também NÃO é o que parece ser.)


De novo: AI como faltou coisa... essa coisa de infâncias passadas poderia render uma série de dez temporadas. Fiquei assistindo e pirando nas recordações das colegas...

Natasha, de Vamp: quen nunca quis sê-la? Quem não amou Rolling Stones por causa dela? Quem não curtia a Mary Matoso, aquela desvairada?

Legião: um clássico. Mas confesso que eu tinha certa dificuldade de entender algumas letras, acho que pelo tom muito grave da voz do Renato Russo. Só fui entender o "se havia cruzes virou circo estou aqui" de Faroeste Caboclo com 20 e muitos anos de idade... ("havia cruzes"? "a via-crucis"? Ai que me bateu uma dúvida agora...)

Outra dúvida: gente, Eduardo e Mônica ficam juntos no final??? Por que o filhinho é "do Eduardo"? Eles se separaram? Ele teve um filho fora do casamento? Ou a Mônica só está sendo bitchy e sacaneando o marido, dizendo que o filho burrinho que ficou de recuperação puxou a ele? Alguém me esclarece, fazfavor?

A gente esqueceu de falar de Paralamas... eu também DJAVANEAVA muito nas letras do Paralamas. Tenho especial orgulho de: "o meu erro foi crer que estar ao seu lado: BAIXARIA! Ai meu deus era tudo o que eu queria..." - cá entre nós, melhor que o original, hã?

Poderia continuar por hooooras, mas o dever me chama e eu vou (ê! eô-eô - e a sucataiada dança lambada... ai, era TANTA diversão nos anos 80 que eu mal me aguento, juro!).

Corram lá pra ver o vídeo, gents!

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