quinta-feira, 29 de julho de 2010

:: Eu escrevo porque...


Ganhei esse selinho da Flá (mamãe sabe tudo) e da Pati (coisas de mãe). Brigadão, meninas! E aí, por que diabos a gente decidiu ter um blog e dividir várias coisas da nossa vida com quem quiser saber?

Pra mim o ponto é justamente esse, o quem quiser saber. Eu escrevo porque sou mãe, e mãe gosta pacas de falar do próprio filho. Considerando que nem todo mundo gosta de ouvir a gente tagarelando descontroladamente sobre só um assunto, achei por bem escrever um blog e falar só pra quem se interessa (outras mães, claro!), sem correr o risco de perder meus amigos como minha monotemice entediante. Ainda saí e no lucro e ganhei amigos novos por conta disso, olha que maravilha!

E você, colega, mulher e mãe (ou não), é blogueira por quê?

***

A promoção SportsOn ainda está rolando, minha gente!

Dias dos pais tá aí, hein? Pra quem carece de idéias de presente feito eu, fica aí a dica: tênis novo - e com desconto - é sempre bom... aproveitem!

terça-feira, 27 de julho de 2010

:: A reta final


Esse finalzão de gravidez tem me deixado numa vibe "Construção": amou daquela vez como se fosse a última...

Não que eu vá morrer estatelada no chão feito o cara da música, mas é que a perspectiva de parir a qualquer momento deixa a gente meio ligada nessas coisas, nas últimas chances que teremos EM MESES de fazer certas delicinhas cotidianas antes do nenê nascer e a vida virar um caos. Então eu estou vivendo desse jeito:

Lendo um livro como se fosse o último,
Dando um pega no marido como se fosse o último,
Pintando as unhas das mãos (dos pés eu não alcanço mais...) como se fosse a última vez,
Secando os cabelos glamourosamente como se fosse a última vez, etc.

Porque - diz aí de novo, Chico! - amanhã, ninguém sabe.

(Parênteses: acho que eu podia passar um dia inteirinho me comunicando só com frases do Chico. Começaria o dia com acorda amor!, emendaria um hoje sonhei contigo, mandaria botar água no feijão na hora do almoço, diria olhaí, é o meu guri, e ele chega! quando entrasse em trabalho de parto, etc etc etc. Um projeto inútil a ser desenvolvido...)

(Eu gosto do Chico, já repararam?)

***

Pra mim, fim de gravidez é uma big fuckin' infecção urinária, só que sem a infecção. Faz-se gotinhas de xixi a cada 15 minutos e a bexiga parece amarrada, a gente sente uns repuxões desagradáveis bem e precisa andar meio curvadinha até passar. Pra completar, nos últimos dias, sempre que eu faço xixi sinto alguma coisa lá dentro estalar, tec-tec! Que é isso, caceta? Alguém sente isso também?

***

Estar no nono mês de gravidez é desenvolver um medo louco de espirrar. Né?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

:: Limpeza de umbigo


Olha como a natureza é sabia: antecipando a dificuldade que as mamães têm com a limpeza do umbigo de seus rebentos, faz a grávida lidar com o próprio umbigo antes, pra ir treinando.

O meu umbigo, por exemplo, está me assustando. Um dia ele foi um buraquinho facilmente futucável, sempre limpinho e discreto. Hoje está metade-pra-fora-metade-pra-dentro, fechadinho feito olho de japonês e só é visível com a ajuda de um espelho e um bom foco de luz. E está sujo, coitado. Imaginem 9 meses de hidratante e óleo de banho na barriga, somem uma dose de gelzinho de ultrassom por mês, e pensem no estado do pobre a essa altura do campeonato. Sim, é nojento. Sim, ele está lamentavelmente recheado de caquinhas diversas. Eu tento limpar, mas o acesso tá complicado.

Raciocinem comigo: tenho a inglória tarefa de limpar um umbigo encardido, saliente e cheio de cantinhos ocultos, o que me obriga a futucar aflitivamente com um cotonete, doa a quem doer. Familiar, não?

Como pior que isso não pode ficar, que venha o coto de umbiguinho preto grudado na pancinha do filhote. Depois de lidar com o meu próprio umbigo, sinto-me preparada pra tudo!

terça-feira, 20 de julho de 2010

:: S.O.S. Férias - Exposição no Sesc Pompéia


Tem lugar mais querido nessa vida que o Sesc Pompéia? Passei minha infância ali, nas exposições, brinquedoteca, gibiteca, brincando de pescaria naqueles canaizinho de água que correm dentro do galpão principal. Vários anos depois, me divertia horrores nos shows do Funk Como Le Gusta na Chopperia, ou em mil outro shows incríveis naquele teatro doido com platéia dos dois lados do palco. Enfim, Sesc Pompéia é uma mega referência na minha vida, é só entrar ali que já me dá um quentinho no coração (sí, soy cafona!). Fora que lá existe a maior concentração de velhinhas simpáticas por metro quadrado, e elas puxam papo, sorriem para as crianças e dizem coisas fofas como "e o nosso bebê, pra quando é?" apontando para o barrigão das grávidas. Amo amo amo, é completamente adorável passar uma tarde lá!

Para crianças em férias e suas desesperadas mamães, a dica é a mostra "As Palavras e o Mundo", de graça, até 17 de outubro. Alice adorou! São várias instalações interativas, coloridonas e lúdicas (pra não deixar de usar uma palavra que os educadores amam, ha!). Tem pescaria de palavras, pufes e camas que "falam", caixinhas-surpresas que ilustram a origem de alguns termos, jogos, correio, etc etc etc - tudo com aquele "padrão Sesc de qualidade" que eu amo e confio horrores (aliás, preciso dizer que sou sou MUITO fã dos Sescs todos e um dia ainda hei de trabalhar em um deles. Alô seu Danilo Miranda, tem vaga?).

A indicação é livre - mas para crianças em fase de alfabetização deve ser mais incrível ainda. Super recomendamos!


Sesc Pompéia
R. Clélia, 93
Terça a sábado, das 10h às 20h; domingo e feriado, das 10h às 19h.
Até 17/10

segunda-feira, 19 de julho de 2010

:: Alice e a independência telefônica


"Grávida em repouso" e "férias escolares" seriam coisas incompatíveis, não fosse a boa vontade dos meus convivas em entreter Alice enquanto eu fico jogada no sofá. Então volta e meia a pequena é levada do seio do lar e vai dar passeiozinhos enquanto mamãe descansa, o que é muito salutar pra ambas.

Daí que eu acabei de receber o seguinte telefonema:

TRIIIM, TRIIIM

- Alô?
- Alô, mamãe?
- Ooooi filha! Tudo bem?
- [/voz esganiçada] Eu tô aqui na casa da tia Vivi!!! Eu tô comendo pipoca!!! Eu comprei [= aluguei] um filme!!! [/fim da voz esganiçada] Pronto, era só isso. Um beijo, tchau.

e TU-TU-TU-TU na minha cara. Ligou, falou e desligou, sem intermediários, simples assim. Só espero que não tenha discado sozinha também, porque aí já é demais.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

:: O Efeito Supermercado


Hoje tomei um iogurte cuja validade era 07/08/10 - minha data provável de parto, céus!

Lembrei desse texto, que foi escrito e publicado no No-Scrubs em 20 de agosto de 2007 (Alice nasceu com exatas 40 semanas em 28 de agosto, o que eu achava um bocado improvável...):


":: O Efeito Supermercado



Eu me dei conta de que vou parir em breve por causa de um iogurte.


No começo da gravidez, o dia 28 era tão, mas tão remoto que era quase inconcebível. Uma abstração, apenas. A gravidez parecia que ia durar pra sempre.

Pra reforçar essa sensação reconfortante, passei a sofrer do Efeito Supermercado, que consiste em usar as validades das compras pra se tranqüilizar quanto à passagem de tempo. O Efeito Supermercado segue 2 princípios básicos:

1- coisas que duram muito vão durar um bocado após o nascimento.
2- coisas que duram pouco ainda serão muito consumidas até chegar o dia D.

Em um caso ou em outro, o raciocínio é: ainda falta muito tempo, ufa!

Complicado? Tomemos dois exemplos ilustrativos:

1- Ando pelo supermercado caçando produtos que sobreviverão, com folga, ao dia 28. Leite condensado, açúcar, sabão em pó. Olho as datas de validade e penso: quando minha filha tiver 2 anos isso ainda vai estar bom... ou que interessante, usarei este mesmo pacote para cozinhar a comida da Alice em 2010! As coisas que duram muito têm um efeito tranqüilizador. Sabe aquele futuro hipotético que nunca chega? Começo de gravidez é assim, como produtos não perecíveis: parece que a gente nunca vai alcançar a data limite.

2- Adapta-se o mesmo raciocínio reconfortante ("Tenho tempo, tenho tempo!") aos produtos frescos. Um queijo branco, por exemplo. Eu vou comprar e comer uns 24 queijos iguais a esse e Alice não vai ter nascido ainda! O produto fresco tem vida curta. Ele implica um imediatismo que nós grávidas não temos, o que é um alívio tremendo.


O Efeito Supermercado funcionou perfeitamente pra mim até recentemente, quando reparei que o iogurte aqui de casa é válido até 6 de setembro. Setembro! Quer dizer, o iogurte que está na geladeira vai mais longe que a minha gravidez.

Foi o fim do Efeito Supermercado tal como eu o havia elaborado. Chegou o momento da inevitável inversão, o dia mágico em que você percebe que a barriga passará mas o iogurte ficará. Isso, meus amigos, é o começo do fim – fim tanto do Efeito Supermercado quanto da própria gravidez.

E então hei de ser mamãe antes da bandeja de Danone estragar. Céus! Torçam por mim, ok?"


Muito apropriado, de modo que faço minhas as minhas palavras (hoho!): torçam por mim que a hora está chegando! E torçam sobretudo para eu segurar esse menino até 7 de agosto, porque ele anda todo saidinho, o que não convém pra um pequetico em processo de engorda...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

:: La Pancetta


Gravidez número 1:

Fotos semanais e na mesma posição, pra acompanhar o crescimento da pança, durante toda a gravidez.
Fotos apontando uma pança ainda inexistente.
Fotos de viagem mostrando a pança.
Fotos da pança seguindo por email pra meio mundo.
Fotos da pança no nono mês, com uma produçãozinha mais caprichada, pra ser meu "ensaio de gravidez" (fotografadas pelo marido em casa mesmo).


Gravidez número 2:

Fotos da Alice na viagem; fotos de Alice em casa com uma fita engraçada na cabeça; fotos de Alice no parque, fotos de Alice na festa Junina; etc.
Fotos da mamãe barriguda em segundo plano e meio desfocada.
Uma foto da barriga aqui e outra ali, quando acontecia de a gente lembrar e ter uma câmera por perto.
A frase "precisamos fotografar a barriga antes que seja tarde!" dita umas 20 vezes.
Enfim, um "ensaio de gravidez" (no mesmo esquema caseiro do outro) feito com 36 semanas, ufa!

(e pra mostrar que Deus é um velhinho cheio de senso de humor: contrações e cólicas no dia seguinte das fotos, repouso master, remedinho pra relaxar o útero e consulta de emergência com o obstetra pra ver se o guri tá querendo chegar antes da hora - consulta esta que será hoje, daqui a pouco, então logo mais dou notícias...)

OK, ainda não foi dessa vez. As contrações não foram produtivas (quer dizer, não causaram afinamento de colo, dilatação nem nada que leve a um parto prematuro), então tá tudo certo. Vamos seguir com a medicação segura-criança, só pra garantir, até o embutido ficar pronto - o que inclui receber um nome, tá filhote?


Bom, ei-la, a pança:


Autoretrato à moda de Carolinda - amei a idéia!)

E como fiz essas fotos mais ou menos na mesma época das fotos da primeira gravidez, em 2007, resolvi aproveitar pra fazer uma comparação de barrigas. Coloquei a mesma roupa e fotografei na mesma posição. Olhando as barrigas eu vejo que a comparação nem teve tanta graça, mas é divertido notar três coisas: meu delírio de magreza gravídica nessa gravidez é realmente é uma ilusão, haja visto o tamanho do braço e ancas na segunda foto; meu vestido desbotou horrores em 3 anos; e aos 27 eu tinha coragem de fotografar de cara limpa, coisa que não me atrevi aos 30 e recorri a uma maquiagenzinha amiga que criou toda uma falsa pele de pêssego.


2007 x 2010


quarta-feira, 7 de julho de 2010

:: A Grande Inquisição, versão 2010


Peço desculpas desde já a quem se ofender possa, mas pre-ci-so desabafar:

Poucas coisas nessa vida me brocham mais do que ir ao nutricionista.

Nutricionistas me deprimem e me fazem pensar que ser saudável e ser feliz são pretensões inconciliáveis. Fibras, vitaminas e minerais são importantes, claro. Mas e a alegria, gente? Cadê?

Nutricionistas, assim como os dentistas, merecem nosso máximo respeito. Que profissão ingrata eles foram escolher! Só querem o nosso bem, e no entanto a gente sempre sai do consultório com uma certa raivinha e torcendo pra nunca mais ter que voltar. Eu, pelo menos, saio. Desanimada, castrada, como se tivessem cortado meu pau fora, se eu tivesse um.

Sei que cometo uma injustiça, mas não consigo deixar de pensar nos nutricionistas como os inquisidores do nosso tempo. Te botam num cadafalso e vêm, armados com pirâmides alimentares, com a missão de salvar a sua alma.

- Se arrependa!

- Ok, eu me arrependo.

- Diga alto!

- Eu me arrependo! Me arrependo do carboidrato simples, do açúcar refinado, da gordura vegetal hidrogenada e do glutamato monossódico!

- Renuncie!

- Renuncio à fritura de imersão, aos embutidos e à gema de ovo!

- Mas a gema foi absolvida.

- Então renuncio ao café!

- Hum, o café também foi absolvido.

- Gordura saturada? Corantes? Goma xantana?

- Ok, esses ainda valem.

- Pois me arrependo e renego todos eles!

Mas aí você é desmascarado:

- Prove sua palavra e sua fé! Receba esse copo de suco verde como símbolo de sua purificação.

- Suco verde nunca! NUNCA!

E então a turba enfurecida pede a sua cabeça, e você é atirado num caldeirão de água fervente. Com pouquíssimo sal, claro. E um fio de azeite extravirgem (que apesar de delicioso também é ótimo pra elevar o seu colesterol bom, vai entender).

Você morre, mas não sem antes dar um último grito de resistência:


- Café Vieneeenseeeeeeeee (a saber: 4 bolas de sorvete, café, calda de chocolate e muito chantilly. Meu desejo grávido número 3, tinha esquecido de contar.)

Na multidão, mães tapam os ouvidos de seus filhinhos. Crianças ainda puras, livres de todo o mal. Aos 7 anos, não sabem o que é brigadeiro. E assim hão de seguir, amém.

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