quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

:: Então é natal!


Gentes, um ótimo natal e ano novo pra todo mundo!

Tô indo viajar e vai rolar um rehab digital brabo (and I say no, no, no!), porque vou ficar desconectada uns 10 dias e hei de reaprender a viver sem internet - coisa que fiz perfeitamente por 20 anos, então deve ser possível.
 
(E se as minhas respostas já tardam E falham normalmente, imagina agora?) 

Enfim, estarei ausente, mas volto logo.

Beijos, boas férias pra todo mundo e um 2010 cheio de coisas boas pra todos nós! 


:: Carta aberta ao Astolfinho


Astolfo, Astolfo.

Eu nem ia falar mais de você, porque desde o dia que me dei conta que existe uma pessoa humana por trás de sua pessoa suína, fiquei tímida. Declarar meu amor eterno por um porco de espuma tudo bem, mas sabendo que tem um cara escondido embaixo dele, sei lá, meio estranho. Então decidi ser uma moça comedida e guardar todo o amor que trago no peito pra minha própria pessoa.


Mas isso foi antes disso:



Então é hora de escancarar o amor. Você merece. Porque não bastasse a finíssima homenagem, ainda assinou o bilhete com o desenho mais querido de todos os tempos, o PORQUINHO DE LETRAS!

O porquinho de letras foi o primeiro bichinho que eu aprendia a desenhar na vida! Alice foi introduzida às artes plásticas por ele, que eu desenho pra ela desde que ela aprendeu a fixar o olhar e parou de ficar vesga. Tenho uma historia afetiva com o porquinho de letras e fiquei emocionada em saber que ele existe pra mais gente, porque até ontem eu achava que tinha sido uma invenção da minha mãe, que é uma mãe muito bacana mas pouco dotada de habilidades manuais desenhísticas, sendo o porquinho de letras o único desenho compreensível de seu repertório. (Em tempo, a versão da minha mãe tem um "s" deitado no lugar do rabo, e não uma interrogação. Acho mais harmônico, fica a dica, Astolfinho!)

Comovi-me. E confesso: eu e Alice até andamos nos engraçando pelo macaco comendo amendoim, mas foi uma paixão passageira. Amor eterno, amor verdadeiro (oi Deborah Secco!), só por você, Astolfinho!

Aproveitando o embalo, vou aproveitar pra contar que estamos mais próximos do que você imagina. Os 6 graus de separação que nos separam são só 2, porque somos amigas da Renatinha e da Giu, produtoras do Cocoricó, que com certeza já afofaram muito essas orelhinhas de espuma. Um dia vou pedir pra elas promoverem um encontro, imagina a glória de ter uma foto de Alice e Astolfo abraçadinhos? Temos também a Cinthya, madrinha dessa bonita amizade interespécies, a quem eu declaro meu mais sincero agradecimento e inclusive acho que deveria estar nesse encontro pra gente se conhecer pessoalmente (o que também me causaria muita comoção porque nunca, NUNCA esqueci dela petitica dizendo "bato los pezitos e rodo la baiana!")

Astolfinho, a gente também fez uma homenagem a você. Pobre, mas limpinha. Aproveite e atente para o porquinho de letras sonolento, com um "u" no olho e o tal rabinho em "s". Espero que goste.





Feliz natal, meu querido. E um ótimo 2010 pra você!


Beijos,
 



Mari e Alice.



(Ai, posso falar? Mais Mari do que Alice, porque ela gosta um bocado de você mas ainda não consegue captar a toda a finesse e sutileza do seu humor peculiar e do seu universo alucinado. Por exemplo, o monstro da palha. O monstro da palha é o Michael Jackson, cara! Requintes de sofisticação dramatúrgica, re-quin-tes. Coisa finíssima, só posso aplaudir.  Mas Alice ainda nem sabe quem é Michael Jackson, entende? Falta-lhe bagagem de vida, Astolfinho, mas ela chega lá e um dia saberá apreciá-lo em todo seu esplendor!)
 




quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

:: Amigo secreto revelado!


Chegou, chegou!

Eu tava estranhando a demora, mas quando chegou um pacote vindo da HOLANDA tudo ficou mais compreensível. Quem tirou a Alice no amigo secreto dos sobrinhos virtuais foi o Pedro, filho vindouro da Patrícia, do blog vidanovanovelhomundo.blogspot.com

Alice ficou felicíssima com o pacote e ficou namorando a caixa fechada por um tempo (ela gosta de estender este momento infinitamente, demora séculos para abrir os presentes, eu fico passada...). Quando finalmente abriu, tirou de dentro uma saia linda de veludo cinza, classudérrima, e deu um grito de alegria, "olha, uma saia de rodar!" (e pra que serve uma saia senão pra rodar?), e vestiu, e rodou rodou rodou em cima da cama. Delírios de Cinderela no salão de baile, sabe? Minha câmera estava sem bateria e acabei perdendo esse momento de beleza ímpar, mas assim que der fotografo Alice e a saia nova.

Graças a esse amigo secreto (idéia da Lilata), conheci a Patrícia, e o blog dela, e um pouco da história de quem teve coragem de deixar as coisas pra trás e começar a vida num lugar diferente. Pati, muito boa sorte pra vocês, um ótimo natal e um ano incrível na companhia do filhote que chega logo mais!   

:: Com a palavra, o anônimo.


Sobre a história aqui embaixo, um anônimo disse assim:


"A história está toda modificada... não houve preconceito... apenas pais querendo se promover as custas da filha...

isso é típico de pessoas que vem de cidade grande e se acham superiores as pessoas da "cidadezinha do interior"...

conheco a história correta e também a escola em questão... 

Escola que por sinal é referencia na cidade... muito boa... e muito bem acompanhada por profissionais de verdade...

antes de publicarem qualquer materia, um reporter DE VERDADE... PROFISSIONAL deveria estudar a fundo o caso... antes de tomar qualquer partido...

nem tudo q se le na internet é a mais pura verdade." 



OK, vamos lá: 

Segundo ele, a história foi modificada. Fica difícil pra gente entender porque ele não explica o que foi modificado, apenas aponta o dedo para os pais dizendo que "querem se promover". Aí vem um papinho sobre o que é típico de pessoas da cidade grande em relação às do interior, mas não sei nada sobre isso e acho uma discussão meio besta e que não cabe aqui.

O anônimo acha que um repórter de verdade deveria estudar a história mais a fundo. Então fui reler a matéria da revista Crescer. A jornalista que assina a matéria diz que tentou falar com a proprietária da escola, que primeiro disse que desconhecia o caso e depois se recusou a falar por telefone, querendo que a jornalista fosse até a cidade de Três Lagoas,  no Mato Grosso do Sul, para colher seu depoimento. Olha, não sei qual é a orientação da Crescer (cuja redação fica em São Paulo, acho) para um caso desses, mas me parece um pouco esquisito a pessoa ter que se despachar pra outro estado pra colher um depoimento que poderia ser dado por telefone, email, skype. Eu, se fosse essa repórter, ia desconfiar seriamente que a dona da escola não estava a fim de papo comigo não. Mas, como jornalista séria, não deixaria isso afetar meu trabalho e descreveria na reportagem exatamente o que apurei: os pais da criança dizem tal coisa, e a escola não se pronunciu pra dar sua versão. Porque, atenção, anônimo: ela diz que os pais relatam tal coisa, e não que aconteceu tal coisa. É diferente, e acho que mostra uma postura profissional e cuidadosa por parte da repórter. Então, a não ser que seja tudo mentira deslavada dessa repórter, que anda conspirando com os pais da Isa pra derrubar a escola, vou discordar de você nesse ponto em que você ataca a jornalista, tá?

Nem tudo que se lê na internet é verdade. Concordo plenamente com isso. Aliás, isso vale pra mídia de forma geral. Mas no caso da internet, é principalmente porque nela a gente não sabe direito quem está por trás das coisas. Tipo nesse caso. Um anônimo escreve pra dizer que a história foi modificada e que ele conhece a verdade, mas não sabemos quem ele é, nem que verdade tem pra contar. Meio esquisito, né? Talvez seja um desafeto de infância da Fabrina querendo se vingar por uma briguinha na segunda série. Talvez seja a dona da escola. Talvez seja uma mãe de aluno preocupada com a reputação da escola, ou alguém que ache tudo uma grande bobagem porque afinal futebol é mesmo coisa de menino e balé de menina, ora bolas! Ou pode ser alguém que acompanhou os fatos de perto e viu que não foi bem assim e que uma injustiça contra a escola está sendo cometida. O problema é que se essa pessoa não se identificar a gente não vai conseguir levá-la muita a sério, certo? Então eu ia achar ótimo se ela contasse sua versão e contasse quem é e como sabe de tudo. Porque eu só conheço a história pela matéria da Crescer. E esse blog não está comprometido com a revista Crescer, nem com a Fabrina e o Lucas, nem com a escola Doce Infância, pra eu tomar partido e cometer uma injustiça com qualquer um dos lados. E pra falar a verdade, qualquer que seja a verdade dessa história, pro blog vale mais a discussão que ela levantou, a dos papéis sociais que são impostos para homens e mulheres desde muito cedo. 

Agora, eu confesso que entre uma história que é absolutamente verossímil, de gente que mostrou a cara e assinou o nome e outra, mal explicada, cheia de teorias conspiratórias esquisitas envolvendo "pessoas da cidade grande" e "pais querendo se promover", e vinda de alguém que não se identifica, eu fico com a primeira. Você, anônimo, na minha situação, também não ficaria?

Então fique à vontade pra contar o que sabe, tá? 

Pela atenção, obrigada.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

:: Quem disse que menina não joga futebol?


Fabrina me mandou um email contando esse causo. A filha dela, de 2 anos, ficou de castigo na escola porque não quis fazer balé e preferiu futebol.  A matéria é da revista Crescer.

-E sim, eles tiraram a Isa dessa escola! A matéria não diz, mas a mãe contou no email. - 


Discriminação sexual no jardim de infância

Menina de 2 anos foi impedida pela escola de trocar o futebol pelo balé. Aprenda aqui como lidar com situações como estas


Carolina Dias


Arquivo Pessoal

Isa tem 2 anos e meio mas já escolhe as próprias roupas, adora cor-de-rosa, adora ver a mãe se maquiar e faz questão de dizer a todos que, sim, ela é uma "princesa". Mas, ao contrário do que até poderia ser considerado um caminho natural, a menina não gosta de balé. Na hora de escolher uma atividade extra para fazer na escola, ela disse preferir mesmo ter aulas de futebol. 

Quando contou aos pais, a jornalista Fabrina Martinez e o publicitário Lucas Coelho, que queria jogar bola, a menina da cidade de Três Lagoas (MS) recebeu total apoio. Porém, na escola, a situação foi diferente. Os pais relataram que, no final de novembro, quando Isa foi para a escola vestida de uniforme de futebol, a menina não pôde jogar. Ficou na sala do balé, com as outras meninas. E de castigo. 

Lucas foi perguntar à escola o que tinha ocorrido e ouviu de dois funcionários da Escola Doce Infância que "meninos fazem futebol e meninas fazem balé". Esta mesma frase é uma das mais repetidas por Isa desde então. "Ela sempre diz que 'menina não pode'. Que a 'tia' da escola falou", diz a mãe. A atitude teve um efeito. Desde aquele dia, Isa afirma não querer ser mais uma menina, e passou a checar o que menino pode e não pode fazer, como usar batom. Também faz parte das dúvidas da menina se ela continuaria sendo uma princesa caso usasse somente short. 

Procurada pela reportagem da Crescer, a psicopedagoga Sílvia Romero, proprietária da Doce Infância, primeiro disse que desconhecia o caso. Depois, ao ser questionada sobre o relato dos pais de Isa, afirmou que só falaria sobre o assunto se a reportagem fosse pessoalmente até a cidade de Três Lagoas. Por telefone, se recusou a comentar a questão e não atendeu mais as ligações. 

É menino ou menina


Arquivo Pessoal

A faixa de idade de Isa é justamente quando a criança começa a perceber as diferenças entre meninos e meninas e passa a questionar tudo. E, claro, seu ponto de vista não tem nada a ver com os tradicionais estereótipos sexuais. "Não existe uma separação de gênero na cabeça da criança. Ela simplesmente vê outra criança fazendo e quer imitar", diz a supervisora de psicologia da Universidade Mackenzie, Solange Aparecido Emílio. Fora isso, até mesmo levar tão a sério as aulas extras também pode ser um equívoco. "Ela está na fase de correr e gastar energia. Aos dois ou três anos uma criança não tem capacidade cognitiva de seguir as regras do futebol ou acompanhar uma coreografia de balé", afirma Maria Luiza Macedo de Araújo, do Centro Brasileiro de Estudos da Sexualidade. Fundamental mesmo são as atividades que a criança brinca livremente, focando a interação com outras crianças. 

O que os pais devem fazer?

Nesta história entram duas questões bem importantes. A primeira tem a ver com a questão de gênero e conflitos impostos tão cedo à infância de Isa. Outra é a relação com escola, o vínculo e a confiança quebrados pela falta de flexibilidade. Por isso, em casa, é hora de calma e diálogo. E cuidado com o que a criança realmente deve saber ou ouvir. "Se a criança perguntar o que pode ou não fazer, responda claramente e mostre que isso é normal", diz a psicóloga Maria Luiza. Ou seja: "princesas" jogam futebol e "príncipes" adoram dançar. O melhor em qualquer tipo de educação é misturar possibilidades, oferecer atividades diversas para que a criança cresça vivendo experiências diferentes. E não force a conversa e nem aumente a ênfase no assunto. "É muito fácil e perigoso transformar a situação em algo maior do que realmente é. Se a criança sentir segurança nos pais, ela irá esquecer", afirma Solange, do Mackenzie. 

Para a família, no entanto, de tudo ficou uma certeza: no próximo Natal um dos presentes será uma camiseta do Palmeiras, o time do coração do avô paterno da menina.


Ói que coisa burra e limitadora, gente. Sexismo já é um saco, mas acontecer dentro da escola é de matar. Escola deveria ser espaço questionador, e não reforçador desse tipo de pensamento ("meninos fazem isso, meninas aquilo") que já é tão disseminado mundo afora. 

O que a gente pode fazer agora pra criar uma geração em que ser homem ou mulher não seja fator limitante pra se fazer o que se quer? Não sei, mas começar pelo que a Fabrina e o marido fizeram - não aceitar esse tipo de distinção atravancando a educação da filha - me parece um bom começo. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

:: Fevereiro, chega logo?


Aí a criança entra em férias e a gente se dá conta de que não sabe mais VIVER sem a escola dos nossos filhos. Lembro da época em que a criança era eu e "férias" era sinônimo de "descanso", mas agora a coisa funciona ao contrário, do avesso e de ponta-cabeça. Alice está sem aula há 3 dias e eu já estou em pâ-ni-co! Faço o que com essa menina o dia inteiro, gente? As férias dos pais deveriam necessariamente acompanhar as dos filhos, não? Mas vejam só: crianças têm 3 meses de férias por ano, e adultos têm 1, e olha lá (quando têm, caso estejam num emprego formal, etc etc...).

Como a humanidade solucionou essa questão através dos tempos, alguém me explica? Ó céus!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

:: Caralhoputaquepariu!


Aí tem mais isso pra gente se preocupar... 

Moleque me assalta no meio da rua. Eu a pé toda esculachada, voltando da academia (sempre achei que fazer academia não era mesmo uma coisa boa...), o que mostra que nem espírito seletivo ladrãozeco tem hoje em dia. Me leva 20 reais e o celular - quase ofereci a garrafinha de água também, mas nessa hora o senso de humor da gente fica meio inibido. Olha, o ódio profundo, as emanações negativas e a urucubaca pesada que eu estou mentalizando pra esse menino não valem o roubo chulé dele. 

O problema nem é tanto o roubo, caguei pro celular. Era um Sony-Ericsson que dá pau desde o dia que eu comprei, e vejo vários infelizes proprietários de celulares da mesma marca reclamando igualzinho, de modo que já foi tarde.  O que me emputece é que junto foram os vídeos e fotos fofos que eu tinha da Alice. Além de dar nojo pensar em que tipo de gente escrota vai ter acesso às fofurices da minha filha, ainda tem essa coisa toda da internet, divulgações indevidas e blá-blá-blá. Me preocupo com as coisas que posto no blog, mas nunca me preocupei com o tipo de material que gravo, então sei lá se não tem cenas de banho, ou Alice pelada correndo feito doida, ou EU pelada correndo feito doida atrás dela. Nem lembro direito que vídeos ou fotos eu tinha ali, e é horrível pensar que eles agora estão nas mãos de sei lá quem que vai fazer sei lá o quê. 

Bom, então deixo vocês com mais essa preocupação, tá? Cuidado com o que vocês arquivam em celulares e afins...


Muito, muito ódio!!! CADÊ A MÃE DESSA MOLECADA, CARALHO???


(Exagerei nos palavrões, eu sei. Palavrão me alivia, gente, fazer o quê? Amanhã eu retomo a compostura, prometo.) 

:: É bom para o moral!


Ainda falando da episiotomia: eu disse que não se pode fazer nada, mas é mentira. Existe uma medida providencial que, se não resolve o problema, ajuda bastante: almofada de hemorróidas. Aquela com o furo no meio, sabe? Um pouco ridículo, eu sei, mas desconfio que a última coisa na cabeça de uma recém-mamãe que senta de ladinho, anda com peitos de fora e cheira a leite azedo é manter a dignidade.


UPDATE:


"Angela Rios deixou um novo comentário sobre a sua postagem: 

Oi Mariana
Tem jeito sim... compressas de gelo aliviam a dor e o inchaço! Receitinha: encharque alguns absorventes (tipo modess mesmo) com água e deixe na geladeira, vá trocando quando achar necessário. Pronto! Compressa fria prática e higiênica!"


Viu, gente?

Angela, muito obrigada pela dica!


:: Reblogando: episiotomia (ATUALIZADO)


A Lia fez uma série de posts muito legais contando como ela está se preparando pra chegada da Emília. Ela fala sobre parto normal, dor do parto e episiotomia (e dá dicas ótimas pra tentar evitar essa última). Fui lá dar um depoimento sobre a episio e ela me lembrou que não contei essa história aqui. Eu, louca, ia responder que contei sim, mas aí me dei conta que escrevi no blog antigo, e esqueci de passar pra cá. 

Então aqui está.

(Só pra vocês entenderem, esse texto era uma continuação do Pra quem tem medo de parto normal, em que eu contava como o meu parto foi tranquilão...)



:: Pra bom entendedor...


Agora que você, amiga mulher, já relaxou bastante quanto ao parto, vou contar uma verdade pouco dita: parto é brincadeira de criança perto de um procedimento mínimo e infernal chamado episiotomia.

Episiotomia é um corte , pra evitar que a passagem do bebê cause danos maiores** (muitos médicos preferem um cortezinho controlado ao risco de um rasgo descontrolado). Na hora não se sente nada. Já no dia seguinte (e no outro, e no outro, e no outro, ad infinitum)...

Então você anda e dói. Você senta e dói. Você não faz nada e dói. Não bastasse a dor, você fica toda tortinha e ainda se constrange ao explicar pros desavisados onde dói.

E tem mais: o corte fica perto demais dali, sabe? Aí você pensa: Deus do céu, e quando eu precisar fazer aquilo? Então você se entope de mamão e suco de ameixa pra tentar amaciar a coisa. E reza pros pontos não arrebentarem a cada chamado da natureza.

O pior é que não tem o que fazer. Só nos resta sentar e chorar. Opa! Mas sentar não é solução, é parte do problema!

Então, minha amiga, faça como eu: chore deitada. E de ladinho.


**Polêmico, polêmico. Esse texto foi escrito em 2007, e de lá pra cá eu li um pouco mais sobre o assunto e cada vez mais me convenço que dá pra evitar esse picote maledeto nas nossas partes, e minimizar os danos de uma possível laceração (de novo, leiam as dicas da Lia!). Neda fez uma observação bem pertinente nos comentários: "...como a gente faz pra "rasgar" um tecido? Damos um talho com a tesoura e depois com um pouco de força vamos separando as duas partes". Né? Enfim, há que se conversar muito com o médico pra entender as escolhas dele e deixar claras as suas.

  

Ritinha contou que não fez episiotomia e teve laceração de 2o. grau (e achou o expulsivo a parte mais tranquila do parto sem anestesia, vejam vocês!). Ela continua super a favor do parto natural e sem intervenções. Rits, se você tiver um tempinho, conta pra gente como foi a experiência com a não-episiotomia?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

:: Concurso de Blogueiras



Saiu o terceiro concurso de blogueiras lá do Escreva Lola Escreva, e o tema é maternidade.




Fiquei orgulhosíssima de estar participando ao lado de um monte de gente legal. Algumas já velhas conhecidas, (Dannah5, Isabella , Pérola), e mais um bocado de mamas blogueiras que estou descobrindo agora - e eu achando que era suuuper inteirada da blogosfera materna e conhecia "todo mundo", haha, pobre de mim...

Pra quem gosta de acompanhar a aventuras da maternidade (e se está aqui deve gostar, suponho), fica a dica de mais um monte de blogs legais a serem desbravados! Aliás, o próprio blog da Lola é uma descoberta recente que eu adoro, me faz pensar horrores.

Leiam, divulguem, votem no texto preferido! A votação estará aberta até o começo de janeiro.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

:: Peruagem infantil II - brincando em segurança


Aproveitando o gancho do post anterior, vale lembrar que a peruagem de brincadeira, aquela saudável e com limites, tem que ser segura. Então, caso haja produtinhos envolvidos, eles devem ser específicos pra crianças. Não queremos menininhas passando esmalte de verdade nem base na cara pra brincar de adulta, certo?


Tatá deu a dica da Piggy Paint, de uma marca de esmaltes infantis à base de água e ultracoloridos que parecem bem seguros. A marca é americana, mas eles entregam no Brasil. A Impala também tem uma linha infantil, com esmaltes atóxicos e que saem com água e sabão.


Lia indicou uma cartilha da Anvisa que fala sobre cosméticos infantis e explica como devem ser os produtos seguros para os pequenos.


***

Aí um assunto puxa outro, e temos o seguinte:


Um manifesto contra a publicidade dirigida a crianças, aqui. (Valeu, Dani e Pérola)


Um blog (contra a erotização infantil, pertinente, ãnh?) falando um pouco sobre concursos de beleza, aqui. No post tem um vídeo pavoroso que mostra os bastidores desses concursos. O gosto é meio dúvidoso, a música apelativa, a edição toda é pra fazer a gente chorar, enfim, nem acho o vídeo bom, relevem isso. O que choca são as imagens. Eles nem precisavam criar climão, bastava mostrar a cara das meninas e a preparação toda que a gente já ia ficar em pânico, sem precisar de musiquinha ruim nem câmera lenta. Então, apesar de tudo, acho que vale ver. (Aliás, vale acompanhar o blog todo, a questão é grave e muito importante.)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

:: Peruagem infantil


Olha que coisa preocupante (vi no twitter da Casa do Crescer): 


Em que momento o que era brincadeira virou esse absurdo de criança depilando e fazendo progressiva, gente? Cruzes!

Eu fico meio dividida com essa questão da vaidade infantil. A princípio tenho horror de ver crianças muito produzidinhas e cheias de firulas, mini versões de suas mamães igualmente produzidas e cheias de firulas - mas adultas, então ok. De cara tendo a achar essa coisa de bolsinha-esmalte-batom uma coisa negativa numa pequetita de 2 anos. Lembro de ficar horrorizada no dia em que vi a Suri de unhas pintadas - até porque no pacote todo que acompanha a Suri, coitada, tudo parece mais grave. 

Mas agora que minha filha chegou nessa idade e percebo o encantamento pelas frescurinhas femininas que ela me vê fazendo (maquiagem, esmalte, sapatos, etc), consigo encarar esse interesse dela com mais leveza e menos implicância. Enquanto a coisa for brincadeira, eu topo numa boa. Menininha imitando a mãe é brincadeira clássica, seja dando comidinha pra boneca, carregando uma bolsa cheia de cacarecos ou espalhando batom na cara toda. É divertido, saudável e bem diferente, me parece, dos casos descrito na matéria acima. Ou daquelas festas de aniversário em salão de beleza com a meninada fazendo a unha de verdade, escova no cabelo, maquiagem. Coitadas dessas crianças, que festa chatapracaraleo! Quando eu era criança "salão de beleza" era a casa de uma amiga, pentes, bobs e as meninas penteando os cabelos umas das outras ou passando batom pink e sombra azul. No final a gente dava um nó na barra da camiseta pra mostrar a barriga, fazia um desfile na sala e fotografava com as nossas câmeras descartáveis fazendo cara de top model. Altamente recreativo, diversão de primeira! Agora, se eu pedisse pra minha mãe contratar um salão de verdade pra incrementar a minha brincadeira ela ia, com toda razão, me dar um corte na hora. Porque se você contrata alguém pra fazer tudo de verdade, acaba a brincadeira, a imaginação, a criatividade. Criança brincando de ser adulta vira criança sendo tratada como adulta, o que é bem diferente. E grave. E triste, ó:




Brincar pode. Pirar não. Limite e bom senso, gente, faz favor!


*a foto é da exposição "High Glitz", da fotógrafa Susan Anderson, que mostra a bizarrice dos "beauty pageants" americanos.  Como, COMO esses pavorosos concursos de miss infantil ainda não foram proibidos, me explica?


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

:: Se ela dança eu não danço, mas fico olhando


Ela deu pra fazer uma dancinha estranha. Uma espécie de dança circular ancestral, com as pernas entreabertas e joelhos flexionados e batidas cadenciadas dos pés. Saca Xingu? Bem por aí. Inventou essa coreografia e passou metade do dia rodando em volta da sala, cantando uma musiquinha incompreensível pra acompanhar.
Tô dançando, mamãezinha, ó!

Daí que eu não quero ser daquelas mães loucas que acham que seus filhos são mais especiais que os filhos dos outros (apesar de eles sempre serem mesmo, ha!), mas estou desconfiada que foi a Alice que invocou a chuva esquisita de hoje, quando o céu de São Paulo acizentou misteriosamente, derramou um monte de água e abriu azulzinho de novo como se nada houvera.

Por via das dúvidas, Alice acaba de ser proibida de dançar na noite de reveillon.
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