segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

:: Peruagem infantil


Olha que coisa preocupante (vi no twitter da Casa do Crescer): 


Em que momento o que era brincadeira virou esse absurdo de criança depilando e fazendo progressiva, gente? Cruzes!

Eu fico meio dividida com essa questão da vaidade infantil. A princípio tenho horror de ver crianças muito produzidinhas e cheias de firulas, mini versões de suas mamães igualmente produzidas e cheias de firulas - mas adultas, então ok. De cara tendo a achar essa coisa de bolsinha-esmalte-batom uma coisa negativa numa pequetita de 2 anos. Lembro de ficar horrorizada no dia em que vi a Suri de unhas pintadas - até porque no pacote todo que acompanha a Suri, coitada, tudo parece mais grave. 

Mas agora que minha filha chegou nessa idade e percebo o encantamento pelas frescurinhas femininas que ela me vê fazendo (maquiagem, esmalte, sapatos, etc), consigo encarar esse interesse dela com mais leveza e menos implicância. Enquanto a coisa for brincadeira, eu topo numa boa. Menininha imitando a mãe é brincadeira clássica, seja dando comidinha pra boneca, carregando uma bolsa cheia de cacarecos ou espalhando batom na cara toda. É divertido, saudável e bem diferente, me parece, dos casos descrito na matéria acima. Ou daquelas festas de aniversário em salão de beleza com a meninada fazendo a unha de verdade, escova no cabelo, maquiagem. Coitadas dessas crianças, que festa chatapracaraleo! Quando eu era criança "salão de beleza" era a casa de uma amiga, pentes, bobs e as meninas penteando os cabelos umas das outras ou passando batom pink e sombra azul. No final a gente dava um nó na barra da camiseta pra mostrar a barriga, fazia um desfile na sala e fotografava com as nossas câmeras descartáveis fazendo cara de top model. Altamente recreativo, diversão de primeira! Agora, se eu pedisse pra minha mãe contratar um salão de verdade pra incrementar a minha brincadeira ela ia, com toda razão, me dar um corte na hora. Porque se você contrata alguém pra fazer tudo de verdade, acaba a brincadeira, a imaginação, a criatividade. Criança brincando de ser adulta vira criança sendo tratada como adulta, o que é bem diferente. E grave. E triste, ó:




Brincar pode. Pirar não. Limite e bom senso, gente, faz favor!


*a foto é da exposição "High Glitz", da fotógrafa Susan Anderson, que mostra a bizarrice dos "beauty pageants" americanos.  Como, COMO esses pavorosos concursos de miss infantil ainda não foram proibidos, me explica?


22 comentários:

  1. Ai, essa foto é pavorosa!
    Me lembrou do Little Miss Sunchine!
    Assino embaixo de tudo que vc escreveu! É muito bizarro mesmo ver meninas tão pequenas levando essas coisas tão a sério!
    Dá medo!

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  2. Bz,
    to passando pelo mesmo momento!!!
    acabei não comprando aqueles esmaltes, mas comprei um impala kids mesmo que a Nina amou!!!

    Concordo plenamente com vc!!!
    Beijos e saudadessssssss

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  3. eu acredito que em tudo tem que existir bom senso.
    uma vez encontrei duas menininhas de, sei lá, uns oito anos, num vestiário de academia. uma delas tinha piercing no umbigo e a outra uma tatuagem no fim das costas.

    sempre tive aquelas maquiagens de criança - rosa e azul chiclete -, bolsas coloridas e esmaltes de glitter ou clarinhos.
    acho importante na formação da menina esse espelho da mãe, mas é a mãe, como adulta, que deve dosar.

    não vejo mal nenhum em meninas brincando de cabeleireiro ou pintando as unhas umas das outras. o somos seres de imitação, e desde que seja de uma forma sadia, é muito importante.

    o maior problema eu diria é a influência das outras crianças. se a mãe de uma menina deixa, todas as outras vão usar ela como exemplo. mais uma vez, depende da mãe explicar para a filha que aquilo é coisa de adulto e que tudo tem sua hora.

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  4. Eu tenho horror desses concursos, me desculpem, mas parece coisa de mae mal resolvida que queria ser miss e nao conseguiu.
    Pois e tenho, essas mesmas implicancias que vc, nao gosto de crianca de maquiagem, unha pinta, etc, acho q tudo tem seu tempo.
    Espero comecar a olhar de maneira mais aberta quando minha filha comecar a ter esses interesses. Mas claro, ir a salao de beleza com 10 anos , nem pensarrrrrrr.
    Adorei seu post!!!
    Bjs

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  5. MEU PAI DO CÉU!
    ESTOU ASSUSTADA!

    Eu sou perua sabe?! Amo um rosa, um brilho, um glitter...mas sei que tudo tem sua hora!
    Sempre fui de desde pequena andar nos saltos da minha mãe e ir pra frente do espelho imitar a Xuxa, mas dai a eu ter os meus próprios saltos foram uma longaaaaaaaa caminhada!

    TUDO TEM SEU TEMPO!
    Isso se a menina quiser tb!
    bJS

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  6. Eu juro que eu não sei o que eu faço se eu pegar uma mãe dessa permitindo que a filha de 8 anos tire a sobrancelha. Uma coisa é deixar a filha um dia pintar a unha de cor de rosa, na brincadeira, e logo depois tirar. Ou deixar ela passar batom na cara toda (eu era contra essas coisas, mas calei minha boca porque foi impossível segurar o desejo pelos meus batons). Outra é ter uma mãe que a leva no salão toda semana.
    O problema não são as crianças, são as mães que permitem - ou pior, incentivam. Tenho horror a essa indústria também.
    bjs.

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  7. Tô bege com essa matéria! Concordo totalmente com o que você pensa. Da diferença entre uma menina brincando de ser gente grande para uma menina que quer ser mulher. Tenho pavor e adoro meninas com roupinhas de meninas. Embora como mãe de menino seja mais fácil falar...

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  8. Olha, eu tenho uma de 4 que esta na idade de ja se interessar por batom, sombra, perfume, roupas, mas o interesse eh saudavel e faz parte, com moderaçao, a vaidade eh algo que existe em todo ser humano e nessa idade elas se descobrem, os cabelos, os acessorios e acham tudo lindo, mas jamais vao ter a ideia de que essas coisas sao essenciais se nao mostrarmos dessa forma.

    Nao tem regra sobre o assunto, aqui eu nao sou muito de usar maquiagem, brinco, cordao, pq depois que tive filhos acessorios me irritam, maquiagem da trabalho, um pouco neura de cansaço creio eu mas quando eu uso percebo nela os olhos brilhando querendo experimentar as coisas por admiraçao, assim também faz com as roupas e sapatos e isso eh muito legal, esses concursos sao distorçoes graves dessa descoberta infantil.
    A gente arrumar nossas filhas, pentea-las, colocar um vestido bonito faz parte, mas começar a enveredar a criança no meio desse muito de beleza exacerbada para começarem a lidar com o corpo como instrumento e a beleza como um bem, eu sinceramente nao vejo um futuro muito lindo pra quem cresce assim. Sem essa pressao a quantidade de disturbios alimentares hj em dia ja eh gigante e as meninas se mutilam com cirurgias desnecessarias cada vez mais cedo...
    Falei muito, enrolei o meio de campo e nao saiu nada.
    Mas fico indignada de verdade, criança tem q ser criança e isso ai nao eh saudavel!

    Se vc vir o programa que passou no VH1 com a rotina dessas meninas vc vai ficar tbm!!

    Bronzeamento artificial, dentadura, cabelos tingidos, aulas de como sorrir para os juizes... as maes literalmente ensinam elas a se venderem. Muito triste!

    beijocas

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  9. Minha filha tem 2 anos e 5 meses. Ela adora batom - comprei um protetor rosinha pois aqui é inverno e é necessário. Além disso ela adora q eu coloque florzinhas em suas unhas (pontinhos de esmalte) quando me vê pintando as minhas. No mais ela tem pelo menos umas 3 bolsas q carrega com suas bonecas, carros de corrida, garrafinhas vazias e tampinhas de caixa de leite pela casa.
    Acho que é só a imitacao, pois ela lembra-se do batom, quando me vê de batom. Até ai, acho que está dentro do limite. O mesmo limite que faz com que a filhota queira "dirigir" o carro do papai e também fazer a barba com o papai pela manha.
    É ridículo e perigoso sexualizar uma crianca tornando-a adulta antes do tempo.
    Concordo com você.

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  10. Independentemente de qualquer implicação sociológica ou psicológia, há o limite mínimo da saúde: a Anvisa não recomenda o uso de alisantes em crianças (e há várias restrições inclusive pra adultos) e os ortopedistas não recomendam salto até que o esqueleto esteja completamente desenvolvido (mais uma vez, até adultos devem usar o salto com moderação).
    Mari, acho que esse link vai te interessar: http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/material/cosmetico_infantil.pdf
    É um guia da Anvisa sobre o uso de cosméticos em crianças.

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  11. Desculpe, o link foi incompleto:
    http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/material/cosmetico_infantil.pdf

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  12. Ô m... o link não vai inteiro nem por decreto. Vai partido, vamo ver se rola:

    http://www.anvisa.gov.br/
    cosmeticos/material/
    cosmetico_infantil.pdf

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  13. oie flor. realmente tm pessoas que não tem bom senso....é horrivel... pensar que a criança não esta tendo infancia .... Minha sobrinha tem apenas 3 anos e esta neste caminho passa batom, sombra, lapis preto... acredita?
    acho terrivel porque alem de esta send muito vaidosa é um coco de tao chata e mimada....! Deus livre a Lizzie de tanta vaidade.

    bjus

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  14. Estou aqui boquiaberta!!! Não era para estar já que sou professora e isso é comum de se ver na escola. Maninas novinhas de progressiva nos cabelos, porque fashion é alisar tudo. Hoje as meninas de 12 anos já fazem a sobrancelha, pintam as unhas de vermelho e andam de salto. Eu, particularmente, acho insano e ridículo. E o pior é que aquela que não sucumbe (ou que a mãe naõ permite) é excluída do grupo. Geralmente, as menos vaidosas se dão melhor nos estudos (clichè???) mas talvez por passarem mais tempo fazendo coisas pertinentes a idade que se escovando a frente do espelho.
    Já vimos crianças de 13 anos na escola com problemas de alcolismo, seduzindo meninos e entrando em banheiros com os mesmos. Tudo isso é reflexo desse comportamento.
    Estou aqui esperando uma menininha e tenho uma enteada que agora está com 3 anos e 1/2 e peçoa Deus todos os dias para que eu saiba instruir e educar da melhor forma possível. Porque diante dessa sociedade, vai ser difícil!!!

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  15. Domingo passeavamos no shoping quando vimos duas meninas de uns 12anos com uma produção que assustava, na verdade seria até perigosa se andassem sozinhas fora dali. A reação imediata foi:
    - será que os pais sabem?
    Pior é que acho que sim.

    Além de todos os comentários acima com os quais eu concondo plenamente, outra questão que me preocupa é o que vai ocupar a cabecinha dessas meninas com o passar dos anos...
    Vão crescer vazias?

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  16. Concordo com a sua versão, Mari: brincar em casa é uma coisa, no salão, é bizarro. Sou totalmente contra. Acho que a publicidade tem grande fator incentivador (até coloquei um manifesto lá no blog, se se interessar, assine). Ela influencia as pequenas e suas mães (e tias e madrinhas etc.) também, porque, né, senso crítico anda em falta.
    Eu tenho visto cada vez mais cerianças adultizadas, de botinhas e sapatinhos com "leves" saltinhos, batom (na rua, não em casa), unhas sempre pintadas, acho o fim e não quero isso para a minha filha. A infância é tão curta, não vou permitir que cheiro de esmalte e acetona a encurtem ainda mais!

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  17. Esses concursos são de uma incoerência gigantesca. Os mesmos americanos que fazem isso, lutam contra o aumento galopante da pedofilia real/virtual e consideram qualquer toque em adolescente como assédio sexual. Se a gente que é adulto não entende, imagine essas crianças quando entram na adolescência.
    Outro dia eu estava fazendo unha e uma menina de 9 anos estava fazendo uma progressiva (das proibidas, cheia de formol). Perguntei pra cabeleireira como ela tinha coragem, para o qual ela respondeu: "a mãe fez um escândalo, pediu, implorou e suplicou, sem contar que vive falando pra filha que o cabelo dela é ruim." Com certeza essa mesma mãe, daqui uns 5 anos, vai proibir a filha de ficar até tarde na "balada" com o namoradinho.
    E ninguém associa tudo isso com o aumento de distúrbios alimentares. Psicólogos e psiquiatras terão muito trabalho pela frente.

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  18. Mari, nesses últimos dias tenho lido sobre pulserinhas, publicidade, agora maquiagem, concurso de miss para os pequenos... Caramba, que complicado!!!
    Sempre fico pensando quando foi que tomaram de assalto a infância, transformando até a brincadeira de usar o salta da mãe em consumo.
    Linkei esse texto no meu blog, falando do manifesto contra a publicidade para crianças, mas acho que os assuntos se relacionam. Tudo bem?

    http://danielices.blogspot.com/2009/12/ainda-o-manifesto-publicidade-infantil.html

    Beijos!

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  19. Um absurdo esses concursos! E mais absurdo, pra mim, são essas mães que incentivam e fazem isso com as crianças. Credo, que medo!
    Tb acho que brincadeira pode...eu sempre brinquei de pintar a unha e passar batom (e depois de adulta, nunca mais fiz isso...hahahah), mas tirar a sobrancelha, fazer luzes...nossa, bizarro!
    beijos

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  20. Mari,
    até hoje a Naty com 12 anos quando vai para o cabeleleiro comigo e quer pintar as unhas de vermelho eu não deixo...
    Deixei outro dia pq foi a festa das bruxas , mas acho horroroso!
    Mas, te digo, é muito difícil segurar...
    bj

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  21. Eu soube que tem esmalte infantil e achei ótimo, pq no dia que a Naomi inventar que quer passar que nem eu, pelo menos tem um que não vai fazer mal pra ela. Eu sou a favor do "caminho do meio", nenhum extremo é bom, em nada, pra nada.
    Quero que minha filha cresça com saúde, brincando e com uma imagem boa de si mesma. Acho que muitas crianças ficam nessa neura de beleza por verem como as próprias mães lidam com isso e também vendo o que as amiguinhas fazem. Na nossa época não era tudo tão precoce assim, eu comecei a querer pintar as unhas com mais de 12 anos, isso pq minha mãe sempre pintou, e tb nunca quis sair maquiada. Descobri maquiagem com 17 anos e secador ainda depois! Mas hj tudo é mais cedo, né. Tb fiquei boba de saber que tem menina com menos de 5 anos que faz progressiva. Bom, acho que enquanto a coisa é saudável, é brincadeira, que bom! Mas cada mãe e cada família é uma, cada um que cuide da sua, né? Só que eu apesar de gostar muuuito de vestir miha filha bem bonitinha, não quero que ela fique neurótica com aparência, beleza, magreza, coisas que ela só tem que se preocupar qd for adulta.

    Mas a foto dessa menininha tá bizarra, coitada.

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