quinta-feira, 13 de novembro de 2008

:: Casper, the friendly ghost


Bebês, como os cachorros, vêem coisas que não estão ali. Em casa é assim: o Chicão late pro nada, a Lana se arrepia olhando um canto vazio e Alice ri às gargalhadas para um quadro na parede.


Eu achei bonitinho no começo. Era fofo vê-la rindo e agitando bracinhos pra um pôster do Matisse, eu olhava embevecida e pensava, tão pequena e já desenvolveu todo um apuro artístico. Acontece que a reação foi ficando um pouco exagerada. Não eram apenas sorrisos, eram espasmos de graça. Súbitos. Ela parava tudo, olhava atenta e QUÁ-QUÁ-QUÁ!, assim, sem mais nem menos. Então eu comecei a ficar com medinho. Porque aquilo não era observação, aquilo era interação. Alice definitivamente via alguma coisa ali. Ou tinha alguém/algo circulando pela casa, ou minha filha tem uma psicose criatividade galopante.


Aqui em Paris a coisa deu uma sossegada, e quando eu já respirava aliviada por não termos alugado um apartamento poltergeist (já ouvi histórias pavorosas a respeito...), tomo outro susto. Alice tá nessa fase bonitinha de oferecer a comida dela pra todos à mesa, e outro dia foi assim: colherada pra papai, colherada pra mamãe, e colherada pra um lugar vazio na ponta da mesa. Arrepios.


E aí tem a babá eletrônica. Eu tenho a fantasia sinistra de que um dia vou ouvir as vozes dos amigos imaginários (ou não?) da Alice pela babá eletrônica. Morro de medo. Quando estou sozinha com ela, deixo o radinho beeeem baixinho por medo de ouvir COISAS no quarto dela. 


Agora me diz: pode uma mãe ser banana desse jeito? Imagina a minha autoridade pra dizer "tá tudo bem, filha!" quando ela vier pra minha cama no meio da noite, com medo de alguma coisa? Tudo bem nada, vamos é pular as duas debaixo das cobertas e agarrar muito o Carlos. Porque alguém tem que ser mãe numa horas dessa - e eu definitivamente não me qualifico.



15 comentários:

  1. HAHAHA!
    Assombroso isso né... Mas acho que você não deve se preocupar muito. Sabe por que? Porque se fosse coisa ruim, com certeza as reações dela não seriam muito agradáveis. Se ela ri, oferece coisas, bate palminhas é porque a energia é boa e a deixa feliz e à vontade. Vai que é o anjo da guarda dela que está por ali? Melhor deixar ele por perto mesmo.
    Bitos!

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Concordo com a Mel.

    Tb. era meio patife para essas coisas, mas depois de já ter dogs que latiam para o nada, de ter certeza que alguém chegou em casa, e qdo. ia ver, não tinha ninguém. Passei a conviver numa boa com os fantasminhas camaradas, afinal eles só podem ser do bem, pq. nunca aconteceu algo ruim.

    Utimamente, qdo. desligo o despertador, para dormir só mais 5 minutinhos, acordo com a voz da minha mãe me chamando (detalhe que a mamis querida faleceu em 2005). Aí sempre agradeço ela, por não me deixar perder a hora e levanto feliz, achando que ela ainda cuida de mim de alguma forma!

    Relaxa e curte os fantasminhas do bem!

    Bjs.

    ResponderExcluir
  6. Tenho 3 irmãs mais novas, todas já passaram por situações parecidas. Lembro muito delas aqui! hahaha
    A mais nova agora, deu pra falar que ver meu tio e minha bisavô (que já morreram) numa nuvem branca à noite.
    Como boa família de espíritas, já sabemos que até os 7 anos de idade a criança está mais ligada ao mundo espiritual, do que à Terra... e os amiguinhos imaginários, existem sim! Pode passar, pode durar... Por enquando, como a Mel disse, parece ser bom, mas se continuar por muito tempo, tem que ter cuidado porque os espíritos tem muita influência e andam soltos por aí! Mas as crianças são puras... (ao menos até os 7) :D
    Sua filha é linda! parabens ;*

    ResponderExcluir
  7. ahahah
    Meu amigo imaginário se chamava Jack (5 anos e eu já tinha plena noção de que TODOS amigos deveriam ter nomes em inglês!). Minha mãe dizia que eu batia allllltos papos com ele, um barato!
    Mas não se preocupe, Mari, um dia isso passa.... fala pra ela, Jack!!

    heheheh

    ResponderExcluir
  8. Pode deixar que quando chegar a hora vc vai saber fingir bem. Eu finjo direto pra minha filha mais velha. Kkkkkkkkkkkkk...

    Abraços,

    Rebeca

    ResponderExcluir
  9. tb sou medrosa, vou ter que fingir coragem pro André!!! hahaha
    E quanto aos amigos imaginários, dizem que é normal, né? Sei lá...rs!

    ResponderExcluir
  10. ai, mari, super te entendo!!
    quando chegar a minha hora de ter filhos nem quero ver... eu já vivo com medo do irmão do benjamin, tenho certeza que um dia ele vai "falar" comigo...

    ResponderExcluir
  11. Mari,
    Sabe o que eu acho? Que se acontecer você vai tirar de letra... Isso deve ser como as inumeras coisas que a gente acha que não dá conta, mas que na hora H, damos um baile.
    Mas se realmente nessa hora, bater um medinho, e você se meter com a Alice debaixo do cobertor agarradinha com o papai... hummm... tenho certeza que ela vai amaaaaar!.
    Beijo

    ResponderExcluir
  12. Mariana, acho que Mel resumiu bem: com certeza é coisa boa! ;o)

    ResponderExcluir
  13. Mari,

    Li esse texto no blog Para Francisco e lembrei dessa conversa aqui.

    Segue o texto.

    Grande abraço,

    Rebeca

    "Fiz um embalo com o corpo, você deitado no meu ombro como de costume, quando a chuva de fato começou. E um relâmpago assustador acendeu o céu por um instante, seguido de seu som que, você vai aprender um dia, sempre chega mais tarde. Foi um estrondo, filho. Um que me pegou de surpresa. Meu corpo estremeceu, abraçado junto ao seu, e tive medo de assustar você com o meu próprio medo.

    "Tuvão, tuvão", você repetia, pequenino.

    Disfarcei, respirei fundo, recobrei a serenidade como num piscar. Nessas horas, não importam as coisas que me amedrontam, nem os colos que me faltam. Visto uma armadura de não-sei-o-quê, engulo o tremor e calo a minha ingenuidade. Aperto você junto ao meu corpo como se quisesse voltar a colocá-lo dentro de mim. Sou seu porto-seguro porque assim tem que ser.

    Foi então que eu, pequena e uma só, cresci mais uma vez para acolher você com a força de um mundo. "

    ResponderExcluir
  14. Oi Mari, meu nome é Thatiana e achei seu blog ótimo! Parabéns!
    Essa coisa de babá eletrônica é terrível mesmo. Uma madrugada dessas, fui acordada por um choro de um bebê bem mais novinho que o meu (que já tem um ano e meio), mas bem alto e claro na babá, fui assustada correndo ver e o meu pequeno estava dormindo, até roncando. A babá captou a interferência de alguma vizinha, rs! Assustador! Quase não consegui voltr a dormir depois!

    ResponderExcluir
  15. que eu já vi pela camera da baba uma mão colocando a coberta em cima da Lu de madrugada , eu já vi. Não sei se privação de sono faz a gente enlouquecer,ou se minha falecida sogra resolveu dar uma maozinha. Va saber , né

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails