Cante comigo, amiguinho:
Eu mato, eu mato
quem roubou minha cueca
pra fazer pano de prato
Agora mantenha a melodia mas troque a letra, assim:
É feio, é feio
homem sem cueca
e mulher sem porta-seio
Muito bem! Agora, tendo conhecido mais essa pérola do nosso cancioneiro, acompanhe o causo.
Meu pai, essa figura tão simpática, ouviu essa canção num disco do Chico César. E saiu cantando junto, meu pai tem exatamente esse tipo de humor e pode cantar essa letra com a maior naturalidade que ninguém vai achar estranho - pelo contrário, vão achar que a música é dele, como de fato eu achei. Tinha certeza absoluta que ele tinha inventado aquilo e precisei ouvir o disco pra acreditar que a música não era composição própria e que existe no mundo outra pessoa tão adoravelmente besta quanto o meu pai.
Pois bem. Então meu pai vivia cantando a música do porta-seio e eu achava graça. E como herdei dele a bestice, passei a cantar junto - e Alice também, pois tudo que eu canto ela canta, e vice-versa.
A gente inventou uma dancinha com as mãos nos peitos, e eu comecei a chamar sutiã de porta-seio, só de farra. Aí Alice se encantou com a peça e deu pra vestir os meus sutiãs e sair dançando feito doida. Sutiãs de bojo, desses que praticamente vem com os peitos embutidos, e então ela desfila toda peituda cantando a musiquinha do porta-seio e ostentando orgulhosa seu (meu) porta-seio por cima da camiseta, toda garbosa, feito Gisele na passarela da Victoria's Secret, só que com menos peitos, bem menos.
O problema é que Alice de fato aprendeu que sutiã chama porta-seio, e é tão bonitinho que a gente não tem coragem de corrigir. Provavelmente ela vai ficar louca da vida comigo quando tiver uns 12 anos e descobrir que o nome da parada é sutiã, mas até lá é porta-seio e ponto.
Dia desses ela foi comprar um biquíni e apontou pra parte de cima toda feliz, ó, mamãe, o porta-seio!, causando olhares muito desconfiados da moça da loja, que deve ter achado que éramos recém-saídos de Portugal ou do século XVIII, sei lá. E agora que estamos neste verão senegalês e eu resgatei meus vestidos para passear toda faceira pela rua, ela deu pra levantar as barras dos vestidos até lá em cima ou abaixar o meu decote, cadê porta-seio, mamãe?, quero ver!, e eu me dou conta que criei um monstrinho.
Isso porque ela nem sabe ainda o que é Victoria's Secret.
adorei, Mariana! Estou morrendo de rir!!!!!
ResponderExcluirAhahaha, eu conheço esta música! É um daqueles forrós de duplo sentido dos anos 80! E hoje, juro, sinto falta das músicas de duplo sentido, hoje elas só têm um sentido. Cadê as metáforas, meu deus?
ResponderExcluirE achei chic a Alice falar assim, não corrija nem aos 12!
Beijos
Hahahaha, q delícia d post. E q delícia d filhota vc tem! : *
ResponderExcluirAh! Coisa fofa!!!! hahahahah
ResponderExcluirPensa se a vida não seria bem fácil: porta-seios, porta-retrato, porta-pé, porta-luvas, porta-pessoa (para roupas), porta-ria.
ResponderExcluirHein?
Fala pro seu pai que eu sou fã dele.
A Alice é a versão feminina do Marcelo, Marmelo, Martelo. AMEI!
ResponderExcluirhahahahah adorei!
ResponderExcluirtodos fanfarroes! heheheh
beijos!
Morri de rir, marido veio bisbilhotar do que eu ria e depois ficou cantando pela casa. Sorte(?) que Arthur dormia, não aprendeu. hehe
ResponderExcluirlinda, linda
ResponderExcluirmenina, agora eu é que não paro de cantar essa pérola do nosso cancioneiro... grudou que nem chiclete... daqui há pouco tá o caio falando porta-seio, e vai ficar mais esquisito que na boquinha da alice... hehe Não posso deixar meu pai escutar essa música, certeza que ele vai amar. Meu pai e o seu iam se dar bem juntos, pelo jeito, mas iam ser um perigo para a sociedade.
ResponderExcluirbjoca