:: Do que pode acontecer quando não tem ninguém olhando

Mãe cansa de ouvir que não pode tirar os olhos dos filhos "nem um minutinho". Mas às vezes se faz de desencanada e pensa, imagina, sou uma mãe relax, esse terrorismo todo é bobagem (apesar de saber, por experiência própria, que é tudo verdade).

Então você, mãe desencanada, está na livraria, correndo os olhos pelas prateleiras. A filha mais velha orbita ao seu redor, o pequeno está no carrinho. Você dá um passinho pro lado, e mais outro. O carrinho está logo ali, que mal tem? Cair ele não vai, está de cinto. Não há nada potencialmente perigoso ao alcance das mãozinhas. Você está perto o suficiente pra inibir um seqüestrador de nenês. Dá pra ver o carrinho de canto de olho, e isso basta pra te deixar tranquila.

Opa! Tem uma garotinha bulindo ali por perto: atenção para mordidas ou dedo no olho. Mas ela deve estar só fazendo guti-guti nele, porque se estivesse puxando ou cutucando ele reclamaria. Ok, tudo sob controle. Mas cadê o livro, caramba? - e os olhos voltam para as prateleiras.

É só quando a mãe da menina vem correndo com cara de aflição e te pede mil desculpas que você se decide dar uma checada na cria.

Lá está ele, o bebê. Que você amamentou madrugadas adentro. Que cresce forte e adorável a base de leitinho da mamãe e frutinhas orgânicas. Para quem você tem grandes planos nutricionais, cheios de aveia e quinoa e coisas verdes. Lá está ele, seu lindo e puro bebezinho, 5 meses apenas, chupando chocolate com a cara mais feliz do mundo. Sim, pois a nova amiguinha tratou de enfiar-lhe uma barrinha de Twix entre as gengivas, quase matando as mães - a dele e mais ainda a dela própria - de infarte do miocárdio.

Agora repitam comigo: "não se pode tirar os olhos dos filho nem um minutinho, não se pode tirar os olhos dos filhos nem um minutinho, não se pode..."

Ei, eu gostei!