sábado, 13 de setembro de 2008

:: A vida lá fora II


:: Pisando nas nuvens


Reiterando: Alice não foi em um parquinho com chão emborrachado, foi em vários. Pelo que saquei, todos têm, o que é de enlouquecer qualquer mãe. Você entra na área das crianças e sente que o chão é macio e os pés afundam um tantinho, fluf!


***


:: Sobre pracinhas e passeios... de novo.


Eu morei na Vila Madalena a vida inteira, e sou louca pela Praça do Pôr-do-Sol. Amo aquele lugar, que pelo que me lembre foi das minhas melhores opções de ar livre na infância, junto com a Praça do Relógio da USP. Então eu sempre enchi a boca pra falar que a Praça do Pôr-do-Sol é incrível, assim como o Parque Villa-Lobos, que adoro. Mas "incrível" é uma questão de referência. Depois de uns dias aqui em Paris eu concluí que a Pôr-do-Sol é bem intencionada, é gostosa, é querida, mas é chulé. Chulezérrima, coitada.

Agora eu moro na Lapa, pertinho da Vila Madalena. Bairro bacana, rua arrumadinha. Mas meu passeio com Alice a pé é, literamente, ir até a esquina e voltar umas 5 vezes, aos trancos e barrancos por causa das calçadas rachadas. A pracinha que fica no quarteirão de baixo provavelmente não tem manutenção desde 1983. A de cima, lá no alto da Cerro Corá, é um gramadão com uns bancos de concreto, e só. Às vezes vejo uns grupinho de adolescentes ali, mas em geral está vazia.

O que tô querendo dizer é que, por falta de opção de qualidade, a gente não criou o hábito de ficar ao ar livre. Ok, temos os domingos no parque do Ibirapuera, o que é muito legal. Mas aqui isso não é programa de domingo, saca? Aqui você sai do trabalho e muito provavelmente vai cruzar com um parque, ou dois, bem cuidados e bem planejados (vide chão de borracha...), no caminho de volta. E vai parar, tomar um solzinho, bater um papo com alguém, ver as crianças brincando...

É possível sim criar uma rotina de passeios a pé e achar bons parquinhos em São Paulo, sobretudo pra quem mora em bairros legais. Mas aqui é realmente outro nível. Não dá pra começar a comparar, acreditem. Não digo isso pra desvalorizar o Brasil ou entrar naquele papinho chato de "oh! como a Europa é melhor". Comentei porque me chamou a atenção. Porque a diferença é chocante, muito maior do que eu imaginava - e olha que eu imagino longe. Claro que o nosso contexto é outro em tudo, mas não tenho saco nem credenciais pra entrar numa discussão histórico-sócio-político-econômica sobre o assunto. Só acho que pensar que nossos parque são incríveis faz a gente se contentar com eles, o que é muitíssimo pouco. Falta muito chão pra gente ter a qualidade de vida que se tem aqui no que se refere a espaços públicos. Muito chão de borracha, principalmente! ;)


 
****


Pra não parecer que tô pagando pau pra França, eis uma verdade: o povo aqui fuma pra cacete, é bem desagradável. 

Alice acaba de comer sua primeira bituca de cigarro. Agora, nesse instante, enquanto escrevo. Achou debaixo da mesa e comeu.

Fica a pergunta: como uma bituca de cigarro foi parar embaixo da mesa daqui de casa, camuflada no carpete (e há pelo menos um mês, porque ocupamos o apê há uns 25 dias e ninguém aqui fuma)? Prefiro acreditar que ela veio na sola de algum sapato, mas tenho as minhas dúvidas. Porque o que mais tem é fumante que joga bituca no chão como se nada fosse, coisa que me irrita deveras. Amigos, fumem seus cigarrinhos, mas joguem a bituca no lixo, que que custa? 

Bom, a Alice tá com bafinho de cigarro e acho que devo fazer algo a respeito. Beijo-tchau!

6 comentários:

  1. mari, cada um acredita naquilo que precisa para ser feliz onde vive. acho que vale para mim e para você. nos veremos em breve, aqui ou acolá. beijos

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  2. Quando você disse que a Alice achou uma bituca em baixo da mesa, pensei que você estivesse escrevendo de um Bistrozinho.
    Gente! Como pode isso?
    Mas se te consola, minha mãe conta que meu irmão quando pequenininho (devia ter a idade da Alice, um aninho), achou uma barata no chão e traçou a bichinha! Ela diz que ele não chegou a mastigar (devia ter poucos dentes), mas colocou o animal na boca. Oh, desespero total da família!
    Não sei o que é pior, odeio cigarros tal e qual tenho nojo de baratas. E vice-versa.
    Besos e bitos em você e em Alice :)

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  3. Ah sim, Ju! Ser feliz é a escolha sempre, onde quer que seja!

    Mel, que história pavorosa. O páreo é duro, mas acho que ainda fico com o cigarro. Pq cigarro é nojento, mas tá cheio de gente que põe na boca, ao passo que barata, só seu irmão mesmo. Nhé.

    beijo pras duas!

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  4. Eu comia tatu bola... relaxa...

    beijos

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  5. mari, essa questão do cigarro é pra mim uma coisa inacreditável. ok, eu fumo - pouco -, mas sou civilizada e acho um absurdo as pessoas jogarem as bitucas em tudo quanto é canto. só que aqui em paris, aparentemente após a lei que proíbe o fumo em lugares fechados, foram banidos junto com os cigarros os cinzeiros. explico: você senta num café, num terraço, pede um cinzeiro. o garçom diz: "não tem" ou então "não pode, as cinzas voam e atrapalham o cliente ao lado". e você pergunta: "mas eu faço o que com a bituca?". voilà.
    eles defendem que a prefeitura limpa as ruas diariamente e que recolhem as bitucas. vai entender.

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  6. Oi, Mari!

    Essa questão das bitucas é um inferno aqui tb.!É só dar uma olhada nas linhas do metrô, aqui de Sampa: é um mar de bitucas, entre os dormentes!

    Fora, que moro em uma vila e tenho um jardim em frente de casa, que virou um cinzeirão,faz 5 meses. Pois uma das casas aqui da vila, está em reforma, e os pedreiros teimam em jogar as suas bitucas, nas minhas plantinhas!

    É um saco, esse lance de bitucas, para todo lado!

    Bjs.

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