:: Alice, a supersincera.

Deu pra me falar verdades, a minha filha. Posso?

1. Churrasco, piscina, amigos, mamãe felizona se esbaldando. E ela:

- Mamãe, pára de falar? 

- Oi?

- Você tá falando muito, mamãe!

2. Entra no meu quarto, olha em volta e:

- O papai vai ficar bravo.

- Bravo por quê, filha? O que você fez?

- Bravo com você, que faz muita bagunça.

Também deu pra falar verdades alheias.

3. Eu e Carlos chegamos do cinema e vamos buscá-la nos avós.

- Oi filha! Tudo bem?

- Tudo bem. O vovô fez coisa errada e a vovó brigou com ele!

4. Eu (grávida, tá?) e ela caminhando, umas pessoas uns metros à frente, outras uns metros atrás.

Ela, bem alto: 

- Mamãe, você fez pum!!! 

Por fim, pra não ser injusta, deu pra falar verdades de si mesma.

5. Brincou um pouco no jardim com a vovó e quando voltou:

- Olha, mamãe! Uma flor pra você!

- Nossa, que linda! Brigada!

- Eu não peguei do chão, peguei da planta. A vovó ficou brava.

- Poxa, a gente não pode arrancar as flores. A vovó falou pra você não pegar?

- Falou. 

- E você não obecedeu?

- Eu não obedeci e peguei. 

E mostra a mão cheia de flores amassadas: 

- Peguei três, ó!